O Dia D da Dengue, neste sábado (21), mobilizou a população em várias cidades do país, em campanhas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, transmite a febre chikungunya e a febre do zika vírus. Em Brasília, foram realizadas ações educativas, manejo ambiental e carreatas nas regiões administrativas de Sobradinho, Vila Planalto, Recanto das Emas e Estrutural.
De acordo com o governo do Distrito Federal, foram registrados 9.144 casos de dengue entre janeiro e 10 de novembro último. O número representa uma redução de 20,40% de casos em relação ao mesmo período do ano passado. “O cuidado tem que começar dentro da nossa casa. É preciso que saibamos identificar os locais que possam acumular água e eliminá-los”, explicou o chefe da Assessoria de Mobilização Institucional e Social para Prevenção à Dengue do DF, Ailton Domício.
Em Curitiba, profissionais de saúde orientaram a população, no período da manhã, em uma estrutura montada no centro da cidade. Já no Rio Grande do Sul, o secretário estadual da saúde, João Gabbardo dos Reis, se antecipou à data e ontem (20) mesmo convocou uma entrevista coletiva para alertar a população sobre o combate ao mosquito. Em Varginha (MG), foi realizado ontem e sexta-feira (19) um seminário de diretrizes estaduais do controle da dengue.
O motivo da preocupação é o aumento do número de casos de microcefalia no país. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Foram registrados, no primeiro semestre deste ano, casos de zika em 14 estados: Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.
A relação entre microcefalia e o Aedes aegypti, que transmite o zika vírus – além da dengue, e da chikungunya – pode ser estreita. De acordo com diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, existe uma forte relação entre a circulação do zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia em alguns estados do Nordeste.
“São duas gestantes com vírus zika no líquido amniótico cujas crianças têm microcefalia. Isso nos aponta fortemente para a correlação entre as duas coisas. Mas não permite ainda descartar completamente outras possíveis causas. Não vamos afirmar ainda, com certeza absoluta, que a causa é o vírus zika”, afirmou Cláudio Maierovitch, em entrevista coletiva na última terça-feira (17).