Conveniência de fachada para tráfico de drogas e envolvimento com facção criminosa são elementos-chave nas investigações de dois assassinatos

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A polícia de Campo Grande investiga o possível envolvimento de Juliene Carneiro Cunha e suas filhas, Carla Vitória Carneiro Cunha Delgadilho e Olga Juliza Carneiro Cunha Delgadilho, na planejada execução de Aparecido Donizete Martins, 63 anos, e seu filho Naique Matheus Sotareli Martins, 28 anos. O crime ocorreu em plena luz do dia, no último dia 25 de outubro, na Vila Santo Eugênio.

O homicídio duplo foi perpetrado por dois atiradores em uma moto, em frente à conveniência de propriedade das vítimas. De acordo com as investigações conduzidas pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), indícios apontam para uma suposta conveniência, localizada na mesma rua, sendo utilizada como fachada para o tráfico de drogas. Os responsáveis por esse estabelecimento seriam Juliene e suas filhas, Carla e Olga.

Os problemas entre as duas famílias teriam se intensificado nos dias que antecederam o crime, resultando em uma série de conflitos. A origem desse desentendimento remonta a uma denúncia, alegando que a conveniência das mulheres era uma fachada para atividades ilícitas, desencadeando acaloradas discussões.

Conflitos subsequentes ocorreram, incluindo um episódio em que um disparo de arma de fogo foi efetuado durante uma discussão, sem deixar feridos. Uma semana antes do trágico evento, uma terceira briga aconteceu, levando Aparecido a expulsar um jovem da conveniência com o uso de uma barra de ferro. Essa ação desencadeou um novo desentendimento entre Aparecido e Juliene.

A esposa de Naique revelou que, após a primeira discussão, Juliene teria solicitado a intervenção de membros de uma facção criminosa para resolver a disputa. Uma videoconferência teria sido realizada entre as partes envolvidas, incluindo as vítimas, Juliene, Olga e um preso identificado como Karlo. Durante a chamada, ficou acordado que todos deveriam se respeitar.

Segundo a investigação, Karlo é apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). Uma das vítimas teria ligações com empréstimos de dinheiro a juros e estaria envolvida no recebimento de uma moto como garantia de uma dívida de Karlo, estabelecendo uma complexa teia de relações entre os envolvidos no caso. A polícia continua a apurar os detalhes para esclarecer os motivos que levaram ao trágico desfecho, que resultou na perda de pai e filho.

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