O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito para investigar a possível contaminação de pessoas, do solo e do lençol freático em Ladário, causada por partículas de minério de ferro, conhecidas como “fino”. O problema tem origem na Rua Frei Liberato, uma via de aproximadamente 2 quilômetros usada para o escoamento do minério em direção ao porto da região. O intenso tráfego de caminhões pesados provoca a queda dessas partículas no solo, gerando uma série de riscos ambientais e à saúde da população local.
Moradores da área estão expostos a sérias ameaças. Segundo o MPE, o contato próximo com o “fino” do minério pode desencadear doenças respiratórias, um perigo agravado pela poeira levantada pelo vai e vem dos veículos. Além disso, o barulho constante dos caminhões tem afetado a qualidade de vida na região. Fotos anexadas ao inquérito mostram apelos desesperados da comunidade por uma solução, evidenciando a gravidade da situação.
Os impactos, no entanto, vão além da saúde humana. O MPE alerta que o lençol freático e a qualidade do ar também podem estar sendo comprometidos pelo depósito contínuo das partículas de ferro. Baseando-se em conceitos de fontes oficiais, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o órgão aponta que a infiltração do material no solo ameaça a integridade dos recursos hídricos subterrâneos, essenciais para a região pantaneira. A contaminação do ar, por sua vez, amplia o raio de prejuízo, podendo atingir áreas além da Rua Frei Liberato.
A abertura do inquérito pelo Ministério Público reflete a urgência de medidas para conter os danos e proteger a população de Ladário. A situação expõe os riscos de uma atividade econômica desregulada e coloca em xeque a necessidade de fiscalização rigorosa no transporte de minério. Enquanto as investigações avançam, os moradores seguem à espera de respostas e soluções que garantam sua segurança e a preservação do meio ambiente local, em uma região já tão sensível como o Pantanal.