No final do ano passado, após despejar R$ 362 bilhões até 2014 em empréstimos subsidiados do BNDES para a compra de máquinas e equipamentos, o governo encerrou o Programa de Sustentação de Investimento (PSI), também chamado de ‘Bolsa Empresário’. Deste valor, R$ 184 bilhões entrará na contabilidade da União como dívida pública.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, 1% dos 315 mil beneficiados concentrou 56% dos empréstimos, cerca de R$ 203 bilhões, com juros abaixo da inflação. Desse grupo, 31 empresas conseguiram captar R$ 54 bilhões com juros ainda mais baixos e os prazos para pagar mais elásticos.
De acordo com os dados liberados por meio da Lei de Acesso à Informação, a Petrobras, maior empresa do país, pegou quase R$ 4 bilhões. No momento em que a estatal foi forçada pelo governo a manter o preço da gasolina abaixo do valor real, a companhia tomou R$ 1 bilhão com juros de 3% ao ano para pagar em 10 anos, começando só após o segundo ano (carência).
Apesar do volume de dinheiro emprestado, o governo nunca teve dinheiro para financiar o PSI. Para levantar os recursos, vendeu títulos públicos na praça pagando até 14,5% (Selic). Esse dinheiro foi repassado ao BNDES a uma taxa que variou entre 5% e 7% (TJLP). Só essa diferença de juros deu R$ 184 bilhões de defasagem, no final de 2014.