Cinco trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados de helicóptero de uma fazenda no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em Corumbá. O grupo ficava isolado no meio da mata, tinham jornadas exaustivas e viviam em alojamentos improvisados, sem ter água potável para beber. (Veja o vídeo acima)
De acordo com a Polícia Federal, a condição de trabalho análogo à escravidão foi configurada devido as seguintes características: trabalho forçado, jornada exaustiva, condição degradante do trabalho, servidão por dívida, cerceamento do uso de qualquer meio de transporte e vigilância ostensiva no local de trabalho.
A investigação apurou que o grupo de trabalhadores foi contratado de maneira informal, sendo alojado em barracos construídos com paus, arbustos e cobertos com lona plástica. Para dormir, os trabalhadores improvisaram tarimbas – estruturas montadas com varas de arbustos – e redes.
Os trabalhadores relataram que usavam um galão de plástico cortado para higiene, sem qualquer privacidade. Alguns trabalhadores, em depoimento, afirmaram que a água para consumo tinha gosto de ferrugem.
Em depoimento, o grupo relatou que foi contrato para construir cercas e deveria ficar 90 dias no Pantanal, só depois seria levado para a cidade para receber o pagamento pelo serviço.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, o empregador fez um acordo e terá que pagar indenizações trabalhistas que ultrapassam R$ 37 mil, além dos danos morais individuais: um valor de R$ 240.195,00 dividido entre os cinco trabalhadores, 20 vezes mais do que o valor do salário combinado na contratação.
O empregador ainda terá que arcar com o dano moral coletivo, de R$ 240 mil, que vai ser quitado em três parcelas iguais, já a partir de 15 de abril. O valor será revertido a entidades de interesse coletivo.
Fonte comunicação Polícia Federal