A crise na saúde pública de Campo Grande ganhou contornos ainda mais sérios com a instauração de quatro inquéritos civis pelo Ministério Público Estadual (MPMS). As investigações apontam irregularidades na prestação de serviços, longas filas de espera e falta de medicamentos, colocando em risco a saúde da população.
De acordo com o MPMS, a demora no atendimento em unidades de saúde, a falta de médicos especialistas e a dificuldade de transferência de pacientes entre unidades são alguns dos problemas identificados. A situação é tão grave que pacientes com doenças crônicas e até mesmo crianças aguardam anos por consultas e exames.
Um dos casos mais alarmantes é o da fila de espera por cirurgias reparadoras e oftalmológicas. Milhares de pacientes aguardam há anos por atendimento, com alguns casos datando de 2016. A falta de médicos especialistas e a insuficiência de recursos são apontados como os principais motivos para a demora.
A falta de medicamentos também é um problema crônico na rede municipal de saúde. Pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades para obter os medicamentos necessários para o tratamento, o que pode levar a complicações e até mesmo à morte.
MPMS obriga Estado e Município a agir
Diante da gravidade da situação, o MPMS determinou que o Governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande apresentem, em um prazo de seis meses, planos concretos para reduzir as filas de espera e garantir o acesso da população aos serviços de saúde. O descumprimento da decisão pode resultar em multas diárias e responsabilização dos gestores públicos.
A crise na saúde pública de Campo Grande afeta a vida de milhares de pessoas, que sofrem com a falta de acesso a serviços essenciais. Além do sofrimento dos pacientes, a situação também gera um alto custo para os cofres públicos, com o aumento do número de ações judiciais e a necessidade de contratar serviços privados.