Bolsonaro não acredita na desigualdade salarial entre homens e mulheres

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O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) confirmou uma de suas declarações polêmicas dadas no passado. Solicitado pela sigla ao qual se filiou recentemente (PSC) a reafirmar algumas de suas declarações, Bolsonaro concedeu entrevista ao site oficial do partido no qual reafirmou algumas de suas falas, segundo a revista Exame.

Em 2014, o deputado deu a seguinte declaração para o jornal Zero Hora: “Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso País, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…’. Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano”, comentou.

“Por isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu”, completa.

Ao comentar a fala polêmica agora que tem intenções de se candidatar à Presidência da República em 2018. “Eu dei uma declaração para um jornal e ela foi modificada. Bem, o que eu falei foi que hoje em dia a mulher ganha a mesma coisa que um homem. Se você presta um concurso público ou concorre a um cargo público qualquer, sendo um homem ou uma mulher, o salário é o mesmo”.

E continuou: “Na iniciativa privada, se alguém ainda acredita que existe uma diferenciação salarial, que essa pessoa apresente um projeto de lei para corrigir essa injustiça. Eu mesmo não acredito que isso ainda ocorra. Você acha que vou concordar com a ideia de pagar menos para a mulher só por ela ser mulher? Não, isso não é comigo. Sendo mulher ou homem, tendo competência para exercer a função, que seja remunerado de forma compatível e justa”.

Ainda segundo a revista, dados do Ministério do Trabalho mostram que os rendimentos médios das trabalhadoras são menores quando comparados aos dos homens com mesmo nível de escolarização: em 2014 a média de ganho masculina correspondia a R$ 2,6 mil, e a das mulheres a R$ 2,1 mil.

 

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