Micose provocada pelo fungo sporothrix preocupa autoridades de saúde no estado
Dados do CRMVS-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária) revelam que, entre janeiro de 2019 e maio de 2023, 48 pessoas testaram positivo para esporotricose em Mato Grosso do Sul, a maioria em Corumbá e Ladário. Conhecida como a ‘doença do gato’, a micose provocada pelo fungo Sporothrix se tornou uma nova ameaça ao Brasil e aos países vizinhos devido ao aumento desregrado de contaminações.
Os primeiros casos da doença em humanos surgiram em Mato Grosso do Sul em 2016, mas somente em 2021 a notificação dos casos positivos passou a ser obrigatória no Estado. De acordo com o CRMV, embora a notificação obrigatória de suspeitas e confirmações seja recente, as notificações têm aumentado, o que pode significar que os médicos estão mais atentos ao diagnóstico e à importância da notificação.
O Conselho de Medicina Veterinária recomenda que os profissionais notifiquem casos confirmados de ‘doença do gato’ às autoridades de saúde dos municípios. No entanto, a notificação não é obrigatória, o que dificulta o rastreamento da circulação da doença e a criação de políticas públicas para prevenção, tratamento e controle tanto para animais quanto para humanos.
A esporotricose é uma micose que provoca lesões na pele e é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, encontrado em plantas, espinhos de arbustos, árvores e áreas urbanas. A infecção pode ocorrer pelo contato com o fungo presente na natureza ou de forma parasitária entre humanos e animais.
No Brasil, em cerca de 90% dos casos, a transmissão ocorre através de gatos contaminados, quando um felino infectado transmite a doença para os seres humanos por meio de arranhões, mordidas ou contato com as lesões de pele de animais infectados.
O CRMV-MS destaca que animais com esporotricose podem apresentar lesões na pele, nariz e outras partes do corpo, que podem evoluir para úlceras e necrose. Se um animal for diagnosticado com a doença, é essencial que os cuidadores tomem precauções durante a manipulação, como o uso de luvas e métodos adequados de contenção. Também é recomendada a utilização de hipoclorito de sódio a 1,0% ou solução de amônia quaternária, na diluição indicada pelo fabricante, para a limpeza e desinfecção das superfícies onde o animal com esporotricose foi manipulado.
O Conselho informou que emitirá uma nota técnica em colaboração com a SES (Secretaria de Estado de Saúde) para orientar profissionais de saúde humana e animal na abordagem da doença. Médicos veterinários podem notificar casos suspeitos ou confirmados de animais esporotricose em Mato Grosso do Sul pessoalmente às autoridades de saúde, por e-mail ( gtzoonosesms@gmail.com ), pelo telefone (67) 3318-1847 e/ou pelo link https:/ /redcap.link/esporotricoseanimal .