Uma auditoria realizada por técnicos do Ministério da Saúde revelou um cenário preocupante que reflete diretamente no atendimento prestado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) nas ruas de Campo Grande. Durante a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores nesta tarde, a eficácia desse serviço foi tema de debate, trazendo à tona a situação de três viaturas do SAMU que estavam paradas há meses, uma delas por incríveis 355 dias, outra por 263 e a terceira por 176 dias, enquanto outras dez necessitavam de reparos diversos.
A Prefeitura divulgou durante a reunião que, das 16 ambulâncias disponíveis, oito delas estavam inoperantes, o que significa que os atendimentos estão sendo realizados com apenas metade da estrutura. Essa condição compromete o chamado “tempo resposta”, que é crucial para o sucesso do socorro. Atualmente, o tempo médio de resposta em Campo Grande é de até 28 minutos, enquanto o ideal é de 12 minutos, de acordo com as autoridades presentes na audiência.
O superintendente do Ministério da Saúde, Ronaldo Costa, que participou da audiência, destacou que o “tempo de ouro” para salvar uma vida é de apenas 8 minutos, enfatizando a necessidade urgente de melhorias no SAMU da capital.
A auditoria abrangeu o período de janeiro de 2022 a julho do ano passado, com visitas técnicas realizadas em setembro de 2023. O relatório detalhado, com mais de cem páginas, analisou diversos aspectos, incluindo financiamento, gestão de pessoal, uso de recursos, infraestrutura e regulação de pacientes.
Além das viaturas paradas, a auditoria também identificou falta de renovação de seguro dos veículos, ausência de medicamentos essenciais nos atendimentos, equipamentos com defeitos e problemas na aquisição de novos veículos. A situação levanta preocupações sobre a capacidade do SAMU em fornecer assistência de qualidade à população.
Durante a reunião, o coordenador geral do SAMU em Campo Grande, Ricardo Alves Rapassi, mencionou uma licitação em andamento para alugar dez novas ambulâncias. Ele informou que o serviço conta com uma equipe composta por médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, profissionais administrativos e motoristas, totalizando 62 médicos, 42 técnicos de enfermagem, 30 enfermeiros, 30 funcionários administrativos e 50 motoristas.
Agora, é aguardada ações efetivas por parte das autoridades para solucionar os problemas identificados e garantir um atendimento de emergência eficiente e ágil para os cidadãos de Campo Grande.