O Procon de Mato Grosso do Sul tem recebido um número crescente de denúncias de aposentados do INSS contestando empréstimos consignados adquiridos com instituições financeiras. De acordo com o órgão de defesa do consumidor, somente em 2023, foram registradas mais de 100 reclamações por mês, totalizando 411 até o momento.
Entre as queixas, 176 são de clientes que afirmam não ter contratado o serviço de crédito, o que evidencia falhas no processo de contratação, que oferece aprovação de contrato e liberação do dinheiro sem a necessidade de o cliente sair de casa. Além disso, outras 61 reclamações referem-se ao cálculo de juros e saldo devedor, enquanto 50 se relacionam a cobranças indevidas ou abusivas para alteração ou cancelamento do contrato.
A situação também se repete nas delegacias do estado, com um aumento significativo no número de idosos sendo vítimas de golpes relacionados a empréstimos consignados. Os criminosos agem de forma ardilosa, utilizando informações pessoais obtidas ilegalmente para realizar empréstimos em nome das vítimas, sem seu conhecimento ou consentimento.
Para prevenir-se contra esses golpes, a delegada Fernanda Félix recomenda que tanto os idosos quanto suas famílias estejam atentos aos extratos bancários e faturas de cartão de crédito. Caso alguma irregularidade seja observada, é importante informar o banco e acionar a polícia.
No site Reclame Aqui, que reúne depoimentos de clientes de empresas em todo o país, também são comuns os relatos de idosos questionando empréstimos consignados autorizados sem seu conhecimento. Um exemplo é o caso de uma aposentada cujo filho relatou que ela foi surpreendida com um desconto em seu benefício, referente a um empréstimo concedido por um banco digital, que ela não havia contratado. Ao entrar em contato com a financeira, a família enfrentou dificuldades para cancelar o empréstimo, mesmo sem haver assinatura ou outras evidências de contratação.
O caso foi registrado e está sob investigação da Polícia Civil. O Jornal Midiamax procurou o banco digital mencionado pelo filho da vítima e outras instituições financeiras que oferecem empréstimos “sem sair de casa”, mas nenhuma delas se manifestou sobre as medidas de segurança adotadas para garantir a proteção das transações.
A preocupação com os empréstimos consignados adquiridos indevidamente por aposentados do INSS evidencia a necessidade de maior fiscalização e medidas de proteção para esse grupo vulnerável. As autoridades competentes e as instituições financeiras devem atuar em conjunto para coibir essas práticas ilegais e garantir a segurança financeira dos aposentados.