Pacto PSDB-MDB: quem ganha e quem perde?
ENTENDA: A federação partidária – aprovada pelo TSE ainda em 2021 – é formada
por 2 ou mais siglas com afinidade programática que se unem para atuar como uma só
legenda por, no mínimo, 4 anos. Ela tem o caráter nacional e atua como teste para
eventual fusão ou incorporação de legendas que fizerem parte da federação.
NOVELA: A origem do PSDB é no MDB de José Sarney que discordava da proposta
de adotar o parlamentarismo como defendiam Fernando H. Cardoso e outros históricos.
Hoje discute-se o reagrupamento em nível nacional de tucanos e emedebistas. Aqui foi
iniciado um pacto pelas lideranças (PSDB-MDB) como ato preliminar da federação.
DESAFIO: É difícil conciliar interesses de MDB e PSDB que tem objetivos iguais. O
PSDB tem 3 governadores, 13 deputados federais e 4 senadores. Já o MDB tem sido
mais pragmático e hoje integra o Governo Federal. No Nordeste seus caciques estão
enraizados no poder e dele não cedem em eventuais negociações.
NA PRATICA: Tucanos e emedebistas falaram do pacto como se tratasse de algo
pragmático, de uma pureza singela como a troca de presentes natalinos. Mas não é nada
disso. O anúncio de mapear o Estado para aferir as chances de acordo pode revelar outra
realidade. Em qual cidade do interior – situação e oposição convivem harmonicamente?
NO INTERIOR as relações sociais passam pela identidade política partidária. É na
escolha do médico, advogado e no comércio. Nos velórios, casamentos e aniversários a
divisão política é nítida. Um adversário como padrinho de casamento da filha? Jamais!
A deputada Mara Caseiro (PSDB) por exemplo, já admite a dificuldade de acordo com
o MDB nas suas bases eleitorais por motivos óbvios.
LIÇÕES: Acordos decididos só por de líderes são duvidosos. Em 1994 no Mato Grosso
Dante de Oliveira venceu Osvaldo Sobrinho (PTB) ao governo lançado por dois grupos
que eram rivais: Júlio Campos e Carlos Bezerra. Em 2012 Alcides Bernal (PP) se elegeu
prefeito de Campo Grande vencendo Edson Giroto (MDB) imposto pelo governador
Puccinelli com apoio do prefeito Nelson Trad e mais 16 partidos.
‘THE END’: Se eleição fosse igual a matemática não teria graça. Eleição é igual a
confecção de um bolo. Pode gorar por um detalhe ou ingrediente em excesso ou de
qualidade ruim. Há muitos interesses atrás da porta. Até aqui o eleitor não se manifestou
pelas redes sociais inclusive. Às vezes incoerente, o eleitor pede coerência de seus
políticos. Sabe como é…
CAMPO GRANDE: A cereja do bolo! Todo mundo quer. Puccinelli abriria mesmo
mão de disputar? Na mídia a notícia de que inclusive ele pleiteara o cargo de vice
prefeito para a filha Denise e uma vaga de Conselheiro no Tribunal de Contas para o
filho Andrezinho. Hipótese que nos remete ao personagem ‘Justo Veríssimo’.
DOURADOS: No saguão da Assembleia Legislativa a cidade é citada como um dos
mitos desafios de conciliação e concordância de um candidato que atenda o MDB e
PSDB. Para os íntimos da política douradense os fiadores do pacto já podem riscar a
cidade da lista dos prováveis êxitos. Ponta Porã seria outro caso perdido. Sem acordo.
OPOSIÇÃO: Na outra ponta o deputado João Henrique (PL) defende a aliança entre
partidos da direita para eleger o maior número de vereadores na capital e no interior –
fortalecendo o grupo no MS. A estratégia é dividir as lideranças como fez Bolsonaro
com o PL, PP e Republicanos e elegendo o maior número (187) de parlamentares.
O PLANO: É alinhar Capitão Contar, Marcos Pollon, Rafael Tavares Coronel Davi,
além do PP e lideranças do Patriotas, Republicanos, PRTB entre outros. Quanto a
senadora Tereza Cristina o deputado João Henrique defende que ela permaneça no PP
onde comanda um forte contingente da direita como foi provado nas eleições de 2022.
ATENTO: João Henrique entende que as recentes negociações do PSDB com o MDB
de André Puccinelli e por tabela com o PT visam retirar os eventuais adversários do
caminho – eliminando assim a concorrência. Para o deputado, a ação lembra a estratégia
absolutista de Luiz XIV (Rei Sol) detendo a concentração total dos poderes na França.
CONVITES: A prefeita Adriane Lopes (Patriotas) da capital recusou os convites do
PSDB e MDB. Opta pela senadora Tereza Cristina (PP) que não integra o projeto dos
ex-governadores Puccinelli (MDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB). Também cultiva
relações com o PT através do deputado Vander Loubet que tem avalizado nomeações de
petistas na prefeitura, inclusive da ex-vereadora Thais Helena.
COERÊNCIA: A senadora Tereza Cristina valoriza o seu patrimônio eleitoral graças
ao bolsonarismo. Hoje o PP conta com 21 prefeitos, dezenas de vereadores, além dos
deputados Londres Machado, Gerson Claro, Luiz Ovando, além de José Carlos Barbosa
– vice governador. O tabuleiro político começa a ficar interessante para 2024.
ROSE MODESTO: Tudo combinado, bem pensado, nada fora por acaso. O cargo na
Sudeco visaria amainar suas pretensões no pleito prefeitural de Campo Grande? Mas a
frase dela em tom de desabafo (“falaram que eu estava morta politicamente”) passa a
mensagem de que ela continuaria com pretensões em 2024. O que farão com ela?
MARCIO FERNANDES: Satisfeito com o pacto MDB-PSDB. Reconhece que sua
sigla (MDB) ficou desidratada (só 3 deputados estaduais e 9 prefeitos) e lembra que
sempre defendeu esse entendimento. Marcio ressalta que entre as duas siglas há mais
identidade do que diferenças e que não sofreu discriminação nas gestões de Reinaldo.
MARQUINHOS TRAD: Pelo menos até agora não há um caminho definido a seguir
pelo PSD. Presume-se que ele teria razões oceânicas para ficar distante do PSDB e por
analogia também do MDB – futuro sócio dos tucanos. Por tabela, seu mano – senador
Nelsinho Trad (PSD) tem se preocupado mais com as emendas conquistadas do que o
assunto eleições. Tudo ao seu tempo.
PETISTAS: Mais uma vez sem nome de expressão para concorrer na capital. Talvez o
PT opte pela condição de coadjuvante, abrindo mão do protagonismo. O partido mudou
muito aqui. Ao assistir a sessão da Assembleia Legislativa o cidadão fica confuso ao ver
o deputado Zeca do PT insistir no refrão na hora de votar: “sigo o voto do meu líder
Londres Machado”.
PLANTANDO: Colegas da mídia comentam o número elevado de notícias enviadas
diariamente pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog), onde o nome
do seu titular Hélio Peluffo é destacado. Fortes sinais de que o ex-prefeito de Ponta Porã
estaria investindo firme num projeto político. Na política a coragem alimenta os sonhos.
PILULAS DIGITAIS:
Carlão se contentará só com a reeleição à vereança da capital? (atrás da porta)
O MDB do MS sairá da UTI? (no saguão da Assembleia Legislativa)
“Falaram que eu estava morta politicamente. ” (Rose Modesto)
Projeto ‘Fake News’: a caminho da missa de 7º Dia. (no saguão da A. Legislativa)
“Há homens que, por dinheiro, são capazes até de uma boa ação.” (Nelson Rodrigues)
“Salvador da Pátria – a mais antiga profissão do mundo”. (Millôr)
Palloci a caminho da ressurreição. Após Dallagnol – será a vez de Moro. (internet)
“Nosso Índice de Desenvolvimento Humano é animal. ” ( Carlos Castelo)
Lula não apazigua nem o Congresso e se mete na guerra Rússia/Ucrânia. ( internet)
De tanto aparecer, parece até que Flavio Dino prendeu Lula e pilota o país. (internet)