Uma adolescente de 12 anos foi resgatada pelo Conselho Tutelar na tarde desta quarta-feira (24) após ter sido vítima de estupro e ter sofrido um aborto em Campo Grande. Ao chegarem à residência onde a menina morava com o autor do crime, de 19 anos, a madrasta e o pai, os conselheiros descobriram que os outros dois irmãos dela, de 6 e 7 anos, também sofriam maus-tratos. Todos foram encaminhados para uma unidade de acolhimento.
Segundo informações da polícia uma denúncia de que a menina havia sido estuprada foi feita na segunda-feira (22) pelo Núcleo de Prevenção à Violência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), uma vez que uma adolescente estava internada em uma maternidade .
Inicialmente, estava prevista a alta da adolescente para terça-feira (23). Os conselheiros entraram em contato com a assistência social da unidade hospitalar para serem informados quando um adolescente recebesse alta. No entanto, a menina teria sido liberada no final da tarde de terça-feira sem que os órgãos de proteção à criança e ao adolescente fossem notificados.
Uma equipe do Conselho Tutelar supervisionado-se à residência da vítima, localizada em uma área rural de Campo Grande, e encontrou junto com o autor do estupro e outros familiares. Uma adolescente relatou que, devido a uma briga com a madrasta, teria perdido o bebê e ido até a maternidade para a retirada dos restos fetais.
Em seguida, foi solicitado o apoio da Polícia Militar para abordar o autor do crime, que poderia estar na casa. No entanto, ele estava trabalhando no momento em que a equipe do Conselho Tutelar chegou ao local.
Foi constatado que o pai da adolescente era conivente com o relacionamento entre o autor do estupro e a vítima, assim como a família dele. Os irmãos da adolescente, uma menina de 6 anos, filha da madrasta, e um menino de 7 anos, filho biológico do pai, apresentavam hematomas pelo corpo e informavam os maus-tratos que sofriam.
As crianças afirmaram que passam fome, foram agredidas fisicamente pela madrasta e que o pai era conivente com a situação. Por esse motivo, todos foram encaminhados para uma unidade de acolhimento, conhecida também popularmente como “abrigo”. Posteriormente, prestaram depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).
O autor do estupro prestou depoimento e foi liberado, uma vez que não estava em flagrante. Ele será investigado por violação de vulnerabilidade. Já a madrasta responderá por maus-tratos contra as crianças. O pai também poderá ser responsabilizado por sua conivência nos estupros, o que será apurado ao longo das investigação.