Campo Grande chegou a um alarmante número de 143 mortes por doenças respiratórias este ano, com quatro óbitos registrados apenas nesta semana. Entre as vítimas mais recentes estão três idosos com mais de 70 anos e um bebê com menos de um ano. Esses dados, fornecidos pela Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), revelam uma preocupante tendência de crescimento das mortes, que vem colocando a gestão da saúde pública da capital sob escrutínio.
Na semana passada, a capital registrou 10 mortes por doenças respiratórias graves, com sete idosos acima de 60 anos, dois adultos e um jovem de 10 a 19 anos entre as vítimas. No total, Campo Grande registra 1.811 notificações de doenças respiratórias graves em 2024, com 55 casos só nesta semana e 134 na semana passada. A pirâmide de vítimas se inverte nas notificações, com crianças de zero a quatro anos sendo as mais afetadas. Este cenário crítico levou a prefeitura de Campo Grande a decretar emergência em saúde no final de abril devido ao aumento das síndromes respiratórias em crianças e adultos.
A Promessa Não Cumprida e a Falta de Ação Efetiva
Na época do decreto, a prefeitura prometeu a abertura de 10 novos leitos na Santa Casa para enfrentar a crise. No entanto, passado um mês, nenhum leito novo foi aberto, expondo uma grave falha na execução de políticas públicas e na gestão da saúde municipal. Essa inação não só agrava a crise, mas também coloca em risco a vida de centenas de cidadãos que dependem de uma resposta rápida e eficaz.
Contexto Político e a Responsabilidade do Poder Público
A gestão da saúde em Campo Grande está sob a liderança da prefeita Adriane e da secretária de saúde, Rosana Leite, figuras que agora enfrentam críticas severas pela lentidão e falta de comprometimento na resolução da crise. O decreto de emergência, que deveria ser um ponto de virada na abordagem do problema, parece ter se tornado mais uma promessa vazia na longa lista de medidas não implementadas.
O aumento contínuo de mortes por doenças respiratórias em Campo Grande não é apenas uma questão de saúde, mas um reflexo da ineficácia política. A incapacidade de abrir novos leitos prometidos revela uma administração desorganizada e sem capacidade de resposta rápida, fatores cruciais em situações de emergência.
O Clamor por Respostas e Ações Concretas
A população de Campo Grande exige respostas e ações concretas das autoridades. O número crescente de óbitos e casos graves é um sinal claro de que medidas paliativas não são suficientes. É imperativo que a prefeitura e a Sesau cumpram suas promessas e implementem as ações necessárias para enfrentar a crise de saúde pública com a seriedade e urgência que a situação demanda.
A gestão política da saúde pública em Campo Grande está em um momento crítico. A capacidade de resposta do governo local será decisiva não apenas para controlar a atual crise, mas também para restaurar a confiança da população nas autoridades que devem protegê-la. A saúde e a vida dos cidadãos não podem continuar sendo negligenciadas em meio a promessas não cumpridas e políticas ineficazes.