A Dança das cadeiras em Mato Grosso do Sul: PSDB, MDB e PSD na mira da unificação

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A ideia de uma fusão entre o PSDB, o MDB e o PSD pode parecer uma solução sonhada por muitos, especialmente em contextos regionais onde alianças são vistas como uma maneira de aumentar a influência política, mas a realidade é bem mais complexa e menos propensa a tais movimentos.

Primeiramente, é crucial reconhecer que estas três legendas são lideradas por políticos veteranos, muitas vezes chamados de “velhas raposas” pela sua experiência e astúcia no jogo político. Estes líderes não estão simplesmente no comando por acaso; eles mantêm uma significativa parcela de poder e influência, que se traduz em benefícios tangíveis como a possibilidade de nomear ministros, diretores de autarquias federais e ocupar outros cargos estratégicos dentro do governo.

O principal ponto de resistência a uma fusão seria a perda de autonomia e, consequentemente, de poder de barganha. Cada partido, com seu próprio comando, tem a capacidade de negociar em nome de seus interesses e de seus filiados. Uma fusão poderia diluir essa capacidade, forçando os líderes a compartilhar ou até mesmo ceder o controle sobre recursos e posições de poder que atualmente possuem de forma mais ou menos exclusiva.

Além disso, a dinâmica de poder dentro de um partido fundido poderia ser turbulenta. Líderes de diferentes partidos teriam que conciliar agendas divergentes, o que não é uma tarefa simples em um cenário político já tão polarizado e fragmentado como o brasileiro. A fusão poderia levar a disputas internas por liderança e controle, potencialmente enfraquecendo a nova entidade política em vez de fortalecê-la.

O termo “passarinho na muda” é uma metáfora apropriada para descrever a posição em que esses líderes se veriam numa fusão, onde teriam que abrir mão de muita influência acumulada ao longo dos anos. No jogo político brasileiro, onde a negociação e o poder de barganha são tão vitais, nenhum dos líderes provavelmente estaria disposto a se colocar nessa posição vulnerável.

Portanto, enquanto a fusão pode ser um sonho para alguns que desejam uma simplificação e fortalecimento do centro político, na prática, a resistência dos atuais comandantes desses partidos a tal ideia faz com que ela pareça mais uma utopia do que uma realidade palpável no cenário político nestadual atual.

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