O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou, na sexta-feira (26), a criação de um sistema de alerta e monitoramento da gripe aviária no estado. Essa ação conjunta envolverá órgãos de defesa agropecuária federal e estadual, indústria, avicultores, entidades como a Famasul, Polícia Militar Ambiental e Defesa Civil. A decisão foi tomada durante uma videoconferência com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a equipe de Defesa Agropecuária do Mapa, juntamente com órgãos de fiscalização e vigilância sanitária animal de todas as unidades da federação do país.
O secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), e o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico, Rogério Beretta, participaram da reunião. O superintendente Federal de Agricultura (SFA/MS) do Mapa, Celso Martins, também esteve presente.
Segundo Jaime Verruck, desde fevereiro de 2023, quando os primeiros casos da doença surgiram em animais silvestres na Bolívia, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e o Mapa montaram uma ação conjunta com barreiras sanitárias e fiscalização em Corumbá. Mais recentemente, com a detecção de focos no Paraguai, foram montadas barreiras de fiscalização também nas cidades de Ponta Porã, Bela Vista e Porto Murtinho, e equipes têm sido acionadas para orientar a população sobre os riscos da gripe aviária.
A criação do sistema de alerta e monitoramento, por meio de um decreto a ser publicado, tem como objetivo garantir uma ação conjunta entre os órgãos de defesa, indústria, avicultores, Famasul, Defesa Civil e Polícia Militar Ambiental, caso surjam focos da doença em aves silvestres. Serão reforçados o monitoramento e a orientação não apenas na avicultura comercial, mas também em relação às aves silvestres.
Além disso, estão sendo intensificadas as medidas de biossegurança em todas as granjas de criação de aves. As entidades rurais, associações de avicultores e indústrias foram convocadas para implementar medidas de segurança e promover a avaliação de cada uma das granjas. O objetivo é reforçar a segurança em todas as etapas da produção.
No dia 22, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional devido à detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1 – em aves nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. A medida tem o objetivo de prevenir a disseminação da doença na produção de aves, tanto de subsistência quanto comercial, além de proteger a fauna e a saúde humana.
A Portaria nº 587 prorrogou, por tempo indeterminado, a suspensão de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves, bem como a criação de aves ao ar livre sem proteção na parte superior dos piquetes, em estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária. Essa medida se aplica a todas as espécies de aves criadas para produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e outras finalidades.
A Secretaria de Defesa Agropecuária estabeleceu o COE (Centro de Operações de Emergência) para coordenar, planejar, avaliar e controlar as ações nacionais relacionadas à influenza aviária. O COE será responsável por coordenar as medidas de prevenção, vigilância e cuidados com a saúde pública, além de articular informações entre os ministérios, órgãos governamentais, agências estaduais e setor privado.
Embora não haja registros de casos em seres humanos até o momento, a influenza aviária é uma doença altamente contagiosa que afeta aves, incluindo aves domésticas e silvestres. A declaração de estado de emergência zoossanitária visa prevenir a propagação do vírus, protegendo assim a saúde humana.
A Iagro, juntamente com os órgãos competentes, continua monitorando de perto a situação e implementando medidas de prevenção e controle para garantir a segurança da avicultura e preservar a saúde pública. O governo destaca que a colaboração de todos é fundamental para o sucesso dessas ações, incluindo a conscientização da população sobre a importância de relatar aves doentes ou mortas aos serviços veterinários.