Nesta segunda-feira (15), a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), esteve em Campo Grande para ouvir demandas relacionadas ao meio ambiente e infraestrutura, além de revelar a possibilidade de Mato Grosso do Sul Sul integra o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou a importância das discussões realizadas durante a visita da ministra. “A ministra veio ouvir as demandas que o Estado tem em relação a diversos assuntos, incluindo meio ambiente, infraestrutura, parcerias público-privadas (PPPs) e áreas sociais. Também discutimos questões relacionadas à saúde, assistência social, direitos humanos e povos indígenas. É uma relação direta com o governo federal, e a ministra está muito atenta a isso”, afirmou o governador.
Questionada durante uma coletiva de imprensa sobre os projetos em Mato Grosso do Sul, a ministra destacou a área da saúde. “Uma das demandas é a saúde, que envolve as demandas represadas nos municípios, como exames, consultas e cirurgias que foram adiadas devido à pandemia. É uma necessidade urgente. Em relação à infraestrutura, estamos aguardando o novo PAC, que irá mostrar os investimentos públicos, as parcerias público-privadas e as concessões”, afirmou Simone Tebet.
A ministra também mencionou que muitos projetos já estão orçados e que o lançamento do PAC será realizado após a agenda internacional do presidente Lula. “Todas as questões dependentes do lançamento do PAC, que ocorreram após a viagem do presidente Lula ao Japão. Isso pode acontecer em três semanas ou um mês. A coordenação está a cargo da Casa Civil. Muitas coisas já estão orçadas. O orçamento será liberado até o final do ano para a infraestrutura e logística, e outras dependentes do anúncio do Plano Plurianual (PPA)”, explicou Simone Tebet.
Quanto ao arcabouço fiscal, que substituirá o teto atual de gastos, a ministra afirmou que é uma medida fundamental. “Estamos fazendo o dever de casa, cuidando das contas públicas. Ninguém pode gastar mais do que arrecadar. O arcabouço fiscal é uma mudança significativa que será aprovada pelo Congresso Nacional. O relatório da Câmara dos Deputados será divulgado esta semana, e o compromisso do presidente é votar até a próxima semana, e no Senado até o final de junho. Assim, saberemos o montante de investimento público para o próximo ano, além da reforma tributária, que acompanhará o crescimento do Brasil pela primeira vez. Nos últimos 30 anos, o Brasil teve um crescimento médio de apenas 1%”, concluiu a ministra.
Simone Tebet também enfatizou a importância da paz no campo e na cidade, mencionando que mais de 33 milhões de brasileiros estão passando fome. A paz no campo é uma necessidade, principalmente em Mato Grosso do Sul, com duas questões: primeiro, o agronegócio não confronta com a agricultura familiar e nem contra a reforma agrária. O governo tem áreas adquiridas com condições de assentar essas famílias que estão na fila sem precisar de outras. Se precisar tem muitas áreas improdutivas que produtor quer vender. E o governo vai deixar dinheiro pra isso. A reforma agrária anunciada não trata de áreas produtivas”, afirmou.
Durante sua visita a Campo Grande, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), anunciou também que o estado terá uma agenda em junho com a Petrobras para discutir a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), localizada em Três Lagoas, e questões relacionadas ao gás natural. Atualmente, o presidente da Petrobras está em quarentena e só poderá iniciar as discussões no final de maio.
A ministra adiantou que o plano nacional da Petrobras atualmente impede investimentos no setor de gás. Portanto, se a Petrobras deseja concluir a obra da UFN3, será necessário modificar o plano. Caso contrário, a empresa terá que licitar e entregar a conclusão do projeto à iniciativa privada. Essa é uma questão que ficará mais clara no segundo semestre.
A UFN3 é uma unidade de fertilizantes nitrogenados que estava sendo construída em Três Lagoas, mas teve seu andamento interrompido e desafios financeiros. Retomar e concluir esse empreendimento são importantes para o desenvolvimento econômico da região e para a geração de empregos.
A agenda em junho entre o estado de Mato Grosso do Sul e a Petrobras permitirá discutir soluções para viabilizar o avanço do projeto da UFN3, bem como para explorar as oportunidades relacionadas ao gás natural na região. As discussões se darão após o período de quarentena do presidente da Petrobras, permitindo um diálogo mais direto e efetivo.
Essa iniciativa reflete o compromisso do governo em sustentar o desenvolvimento econômico do estado, buscando parcerias estratégicas e explorando as potencialidades do setor de energia, como o gás natural, que pode ser uma fonte importante para a economia e atrair investimentos.
A expectativa é que as discussões entre Mato Grosso do Sul e Petrobras resultam em avanços concretos para a UFN3 e para o aproveitamento do potencial do gás natural na região. A superação dos obstáculos e a busca por soluções eficientes são essenciais para o crescimento econômico e garantem benefícios para o estado e seus cidadãos.