Um evento organizado pela extrema direita portuguesa que receberia os ex-presidentes do Brasil Jair Bolsonaro (PL) e dos Estados Unidos Donald Trump entre os dias 13 e 14 de maio foi cancelado. O anúncio foi feito pelo presidente do Chega, André Ventura.
“Em respeito por muitos destes convidados, sobretudo dos norte-americanos e, recentemente, o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e sua comitiva, que se viram impedidos de viajar por determinações do Estado brasileiro, o Chega decidiu reagendar a Cimeira para data posterior”, disse em um vídeo publicado nas redes sociais do partido.
Ventura alegou “espírito de agressividade, de condicionamento e de ameaça” contra a direita como motivos responsáveis para a suspensão do evento.
“O Chega terá que suspender e reagendar para uma data posterior a Cimeira Mundial das Direitas. A perseguição a que alguns de nossos principais convidados têm estado sujeitos. No caso do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no caso de apreensão e retenção de seu passaporte, revelam bem o espírito de agressividade, de condicionamento e de ameaça que em certos países reina e querem fazer contra a direita mundial”, disse.
Na quarta-feira, ao autorizar a Operação Venire, que investiga a falsificação de dados de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) apreendesse armas e o passaporte de Bolsonaro. O Estadão apurou que os itens não foram encontrados pelos policiais na casa do ex-presidente durante as buscas.
Já Donald Trump se tornou, em abril, o primeiro ex-presidente americano a virar réu. Ele responderá a 34 acusações pelo crime de falsificação de registros financeiros.
Segundo a promotoria de Nova York, o objetivo de Trump ao cometer essas fraudes seria esconder do público ao menos três de seus casos extraconjugais, antes da eleição americana de 2016, por meio do suborno das pessoas envolvidas. Trump foi eleito naquele ano.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro participou edição da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), um dos maiores eventos conservadores dos Estados Unidos. No evento, o ex-presidente brasileiro voltou a sugerir, sem provas, que houve fraude no sistema eleitoral nacional e disse que sua “missão não acabou”.
Em abril, durante visita a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de protestos de deputados de extrema direita durante seu pronunciamento na sessão solene em que foi homenageado no parlamento português. O ato foi organizado por integrantes do Chega.
As manifestações incluíram cartazes associando Lula à corrupção e interromperam a fala do presidente, que relembrou fatos históricos de Brasil e Portugal. A data de 25 de abril marca o fim da ditadura militar em Portugal, com a chamada “Revolução dos Cravos”, em 1974.
Fonte: Site JC