Uma idosa de 67 anos procurou a delegacia de polícia em Campo Grande na manhã de sexta-feira, 5 de maio, após descobrir que havia sido nomeada como funcionária de um órgão público por 32 anos, mesmo nunca tendo prestado um concurso público e possuindo apenas ensino fundamental incompleto. Ela apresentou documentos que comprovavam que é aposentada e que o valor inicial do salário, sem a carga em que foi nomeada em 2011, chega a quase R$ 800 mil nos acumulados dos 32 anos.
Segundo o boletim de ocorrência, a idosa recebeu um mandado de citação e, por não entender do que se tratou o documento, pediu ajuda para uma advogada. Ao analisar o documento, a advogada descobriu que o nome da idosa constava em uma ação civil pública que tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Indivíduos Homogêneos da Capital, juntamente com outras 24 pessoas.
A ação civil pública foi instaurada para investigar uma possível irregularidade na efetivação de servidores públicos comissionados da Assembleia Legislativa, sem concurso público, ocorrida em 2003 e 2010. A advogada descobriu que a idosa constava no quadro de funcionários da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul desde 1º de maio de 1991 e havia sido efetivada em 28 de setembro de 2011. No entanto, a idosa alegou nunca ter recebido um salário do órgão público, uma vez que é beneficiada do LOAS e nunca cedeu seus documentos pessoais para essa finalidade, também nunca teve seus documentos pessoais roubados ou furtados.
Em consulta ao Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, o nome da idosa constava como funcionária do órgão, com o cargo de apoio técnico parlamentar e adicional de assessor de gabinete. O salário inicial do cargo de técnico parlamentar é de R$ 1.921,01, sem o valor adicional de assessor. Assim, o valor correspondente ao salário que a idosa teria recebido durante o período em que consta como funcionária é de R$ 799.140,16, incluindo o 13º salário.
Até o presente momento não foi emitida nenhuma nota da Assembleia Legislativa