Uma semana após a Petrobras anunciar a redução de R$ 0,17 no preço do litro da gasolina nas refinarias, equivalente a 5,6%, o desconto de R$ 0,12 esperado nas bombas ainda não chegou aos consumidores de Mato Grosso do Sul. Com base na média diária de 1,83 milhão de litros de gasolina comercializados no estado, os postos de combustíveis estariam retendo cerca de R$ 220 mil por dia, totalizando até R$ 6,6 milhões em um mês.
O cálculo da média diária considera o volume de 55 milhões de litros de gasolina vendidos por mês no primeiro trimestre de 2025, segundo Edson Lazarotto, diretor-executivo do Sinpetro-MS. Dividindo esse total por 30 dias, chega-se aos 1,83 milhão de litros diários. Multiplicando pelo desconto de R$ 0,12 por litro, obtém-se o impacto financeiro diário não repassado.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que o preço médio da gasolina em Mato Grosso do Sul permaneceu em R$ 6,05 nas últimas três semanas. Uma pesquisa com 50 postos no estado identificou uma queda tímida de R$ 0,04 no preço mínimo, de R$ 5,65 (25 a 31 de maio) para R$ 5,61 na semana seguinte. Em Campo Grande, o preço médio do litro da gasolina comum se manteve em R$ 5,84 entre 18 de maio e 7 de junho.
Segundo Lazarotto, a redução de R$ 0,17 na gasolina A (sem etanol) nas refinarias, a partir de 3 de junho, resulta em R$ 0,12 para o consumidor final após a mistura de 27% de etanol e descontos de fretes e armazenagem. Ele afirmou que os preços já começaram a cair gradativamente, com a média estadual passando de R$ 5,99 para R$ 5,84, conforme a ANP.
A Petrobras justificou a redução pela queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Este foi o primeiro ajuste no preço da gasolina em 328 dias, desde julho de 2024.
O impacto financeiro de uma eventual redução no preço do diesel em Mato Grosso do Sul em 2025 é limitado pela não repasse integral das reduções nas refinarias, devido a margens de distribuidores, custos logísticos e aumento do ICMS. Com um consumo diário estimado de 1,83 milhão de litros, uma redução não repassada de R$ 0,12 por litro significaria R$ 220 mil/dia retidos, totalizando R$ 6,6 milhões/mês. Além disso, o diesel tem forte influência na inflação, especialmente no transporte de mercadorias, e a falta de repasse intensifica os custos logísticos, afetando o consumidor final. A transição para o B15 pode manter os preços estáveis, mas depende da dinâmica do mercado de biodiesel e da fiscalização para evitar práticas anticompetitivas.