O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, anunciou nesta terça-feira (6) que o ressarcimento a aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos será realizado diretamente na conta do benefício previdenciário. Em entrevista à CBN, Waller enfatizou que o pagamento será feito por meio de uma folha suplementar, sem uso de PIX, depósitos em outras contas ou saques em bancos. “É a mesma conta onde o beneficiário recebe seu pagamento. Não assinem nada, não cliquem em links e não acreditem em promessas de facilidades”, alertou, reforçando a necessidade de cuidado contra novos golpes.
Criminosos têm se aproveitado da situação, abordando vítimas por telefone ou WhatsApp, passando-se por funcionários do INSS para oferecer falsos ressarcimentos. Waller pediu que beneficiários fiquem atentos e não forneçam dados pessoais.
Plano de ressarcimento em fase final
Na segunda-feira (5), Waller informou que o plano de devolução dos valores está em etapa final e deve ser concluído até a próxima semana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou agilidade no processo, mas o início dos pagamentos ainda não foi definido.
A fraude, investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolve entidades sindicais que cadastravam aposentados sem autorização, descontando mensalidades de benefícios. Estima-se que 4,1 milhões de beneficiários foram lesados, com prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Detalhes da fraude
As investigações apontam que as entidades pagavam propina a servidores do INSS para acessar dados de beneficiários. Casos de filiações simultâneas a múltiplas entidades no mesmo dia foram registrados, assim como a liberação de descontos em lote sem consentimento individual, o que ampliou a escala do esquema.
O escândalo levou à demissão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, na sexta-feira (2), após críticas do governo por omissão. Reportagem do Jornal Nacional revelou que Lupi foi alertado sobre a fraude em junho de 2023, mas demorou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS indicado por Lupi, também foi afastado e é alvo de uma operação da PF.
O INSS reforça a orientação para que beneficiários não compartilhem informações pessoais e aguardem comunicações oficiais sobre o ressarcimento.
