O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve promover, ainda nesta segunda-feira (5), mais uma mudança em seu primeiro escalão ministerial antes de embarcar para Rússia e China na terça-feira (6). A ministra das mulheres, Cida Gonçalves, será substituída por Márcia Lopes. A informação foi publicada em reportagem do jornal Correio Braziliense neste domingo (4).
A troca, considerada certa nos bastidores do governo, ocorre em meio a denúncias anônimas de assédio moral na pasta, registradas pelo canal Resolveu, da Controladoria Geral da União (CGU), embora não haja registros formais contra Cida. A ministra também enfrentou polêmicas recentes, como a interrupção de agendas oficiais para atender a primeira-dama Janja, de quem é próxima, e o descumprimento de solicitações dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Costa Macêdo (Secretária-geral da Presidência).
Na sexta-feira (2), Cida se reuniu com Lula e, segundo fontes, foi informada de sua exoneração. A assessoria da ministra negou, afirmando que o encontro tratou de assuntos da pasta. No entanto, relatos indicam que ela deixou o Palácio do Planalto visivelmente abalada. Márcia Lopes deve chegar a Brasília nesta segunda para uma reunião com Lula, seguida da assinatura do termo de posse. A data da publicação oficial da exoneração e nomeação ainda não foi confirmada.
A substituição de Cida Gonçalves será a quinta alteração no primeiro escalão de Lula em 2025, em um contexto de reformulações estratégicas e pressões políticas. Em janeiro, Paulo Pimenta deixou a Secretaria de Comunicação Social, sendo substituído por Sidônio Palmeira. No mesmo mês, Nísia Trindade saiu do Ministério da Saúde, com Alexandre Padilha assumindo a pasta, e Gleisi Hoffmann foi nomeada para as Relações Institucionais. Em abril, Juscelino Filho deixou o Ministério das Comunicações após denúncias da PGR, sendo substituído por Frederico de Siqueira Filho, aliado de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Na sexta-feira (2), Carlos Lupi pediu exoneração do Ministério da Previdência devido ao desgaste causado pela Operação Sem Desconto, que revelou fraudes bilionárias no INSS.
A série de mudanças reflete a tentativa do governo de se reposicionar diante de crises e desafios políticos, enquanto Lula busca consolidar sua base de apoio em um ano de intensa agenda internacional e doméstica.