Vírus respiratórios lotam hospitais levam governo do Estado a impor medidas de prevenção

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Gripe avança em MS: Escolas retomam distanciamento e vacinação é ampliada

O aumento de casos de doenças respiratórias em Mato Grosso do Sul, impulsionado pela circulação intensificada de vírus, levou o governo estadual a retomar medidas de prevenção nas escolas da Rede Estadual de Ensino (REE). Em comunicado emitido na segunda-feira (28), a Secretaria de Estado de Educação (SED) recomendou o uso de máscaras, higienização frequente das mãos, distanciamento físico e manutenção de ambientes ventilados e desinfectados, práticas que remetem ao auge da pandemia de Covid-19.

A decisão foi motivada pelo Alerta Epidemiológico nº 19, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que aponta alta sazonal de vírus respiratórios, especialmente nos meses mais frios. O alerta destaca o crescimento de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) entre crianças, com incidência de moderada a muito alta no Estado. Em Campo Grande, a prefeitura decretou situação de emergência por 90 dias devido à superlotação hospitalar e ao avanço das infecções respiratórias.

Em Corumbá, a situação é crítica: as aulas presenciais para 15 mil alunos da rede municipal foram suspensas nesta semana após o registro de 160 notificações de Srag, o maior número no interior e o segundo no Estado, atrás apenas da Capital. Apesar da interrupção, atividades administrativas nas escolas seguem normalmente. A gravidade do cenário também levou ao cancelamento de eventos, como um espetáculo de dança do Moinho Cultural, previsto para esta quarta-feira (30).

Vacinação ampliada como estratégia A vacinação contra influenza é a principal arma para conter a disseminação viral e evitar complicações. Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ampliou, desde sábado (26), a imunização para toda a população acima de 6 meses. Antes, apenas 56 mil doses haviam sido aplicadas em grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes. A medida já reflete na procura: na Unidade de Saúde da Família (USF) 26 de Agosto, no centro da Capital, o número de atendimentos para vacinação saltou de 300 para mais de 500 por dia, com filas de 15 a 20 minutos.

O secretário de Saúde, Maurício Simões, reforçou que a SES está apoiando os municípios com estratégias para ampliar a cobertura vacinal, incluindo suporte financeiro. Até o momento, Mato Grosso do Sul recebeu 524 mil doses da vacina contra influenza do Ministério da Saúde, com 117,4 mil aplicadas. Campo Grande, Três Lagoas e Dourados lideram a cobertura no Estado.

Crise nos hospitais A superlotação de leitos hospitalares, especialmente nas alas pediátricas, agrava a crise. Em Campo Grande, tanto hospitais do SUS quanto particulares, como o Hospital Cassems, operam no limite. A prefeitura planeja ampliar leitos em unidades filantrópicas, mas a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite Melo, admite o desafio: “Estamos em emergência por vírus respiratórios e enfrentamos um déficit de leitos”.

As autoridades alertam que a adesão às medidas preventivas e à vacinação é essencial para conter o avanço das doenças respiratórias e aliviar a pressão sobre o sistema de saúde.

Foto: Bruno Rezende

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