A exploração mineral em Corumbá, polo importante da produção no Mato Grosso do Sul, tem gerado um debate crescente sobre a transparência e a correta destinação dos recursos provenientes dessa atividade. O vereador Alexandre Vasconcellos e o deputado estadual Paulo Duarte têm se posicionado ativamente na busca por informações concretas e detalhadas acerca das operações da empresa LHG Mining, com foco especial na quantidade de minério extraído e na respectiva Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) repassada ao município.
Em recentes declarações e ações legislativas, ambos os representantes têm levantado questionamentos sobre a clareza e a adequação dos valores da CFEM que chegam aos cofres de Corumbá e também de Ladário. As alegações de possível sonegação e a percepção de que os repasses não corresponderiam ao volume significativo de minério retirado da região têm motivado a busca por dados precisos e verificáveis.
O vereador Alexandre Vasconcellos formalizou um pedido de informações direcionado a órgãos federais e estaduais, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). O objetivo é obter um panorama completo sobre a fiscalização da extração e o controle da saída do minério no município, buscando entender se os mecanismos de acompanhamento garantem a correta aplicação da legislação e a justa compensação para Corumbá.
Paralelamente, o deputado estadual Paulo Duarte também tem se manifestado sobre o tema, cobrando da própria LHG Mining esclarecimentos detalhados sobre os valores da CFEM efetivamente repassados ao município desde o início de suas operações. A iniciativa dos parlamentares reflete uma crescente preocupação da comunidade local em assegurar que a exploração dos recursos naturais traga benefícios tangíveis para o desenvolvimento do município, conforme previsto na legislação.
A LHG Mining, por sua vez, divulgou em março deste ano que sua produção anual alcançava 7,8 milhões de toneladas, com planos de expansão para 50 milhões de toneladas em médio prazo. A empresa opera as Minas Santa Cruz e Urucum, de onde extrai ferro e manganês, escoando a produção pela hidrovia Paraguai-Paraná para exportação. Em relação à CFEM, a empresa tem afirmado publicamente que cumpre rigorosamente com os pagamentos devidos, reiterando seu compromisso com a transparência na gestão dos recursos minerais.
Apesar da declaração da empresa, a pressão por informações mais detalhadas persiste. A distribuição da CFEM prevê que 65% do valor arrecadado seja destinado ao município produtor, o que torna crucial o acompanhamento preciso dos volumes extraídos para garantir que a compensação financeira seja proporcional e justa.
O debate em torno da fiscalização e dos repasses da CFEM da LHG Mining em Corumbá ressalta a importância da transparência na atividade mineradora e a necessidade de um controle rigoroso por parte das autoridades competentes. A busca por informações concretas e detalhadas por parte dos representantes locais visa assegurar que o município seja devidamente beneficiado pela exploração de seus recursos naturais, promovendo um desenvolvimento sustentável e justo para a população. As próximas etapas devem envolver a análise das respostas dos órgãos e da empresa aos questionamentos, bem como o acompanhamento de possíveis investigações para esclarecer de forma definitiva a situação.
- A LHG Mining investiu R$ 5,5 bilhões em projetos de extração de ferro e manganês em Corumbá e Ladário.
- A empresa lançou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade em março de 2024, com informações sobre suas práticas ambientais e sociais.
- A produção da empresa em 2023 foi de 7,8 milhões de toneladas, com um faturamento de R$ 3,3 bilhões.
Em resumo, embora a LHG Mining divulgue alguns dados sobre sua produção e afirme cumprir com o pagamento da CFEM, há uma pressão crescente por maior transparência e detalhamento dessas informações, especialmente no que diz respeito à correlação entre o volume extraído e os valores da compensação financeira repassados ao município de Corumbá. As investigações e os pedidos de esclarecimento por parte de autoridades locais indicam uma busca por garantir que o município seja devidamente beneficiado pela exploração de seus recursos minerais.
Para obter informações ainda mais concretas e detalhadas, seria necessário acessar os relatórios oficiais de produção da LHG Mining, os dados de arrecadação e distribuição da CFEM da Agência Nacional de Mineração (ANM) referentes ao município de Corumbá, e os resultados das investigações em curso por parte das autoridades competentes.
Volume de Produção: A projeção de produção da LHG Mining para 2024 era de 14 milhões de toneladas de minério de ferro e manganês.
Para obter dados ainda mais precisos sobre a produção de 2024, seria necessário aguardar os relatórios anuais da empresa e os dados consolidados da Agência Nacional de Mineração (ANM) para o período.