Após um período marcado pela influência do fenômeno La Niña, que historicamente acentua a estiagem no outono e inverno da região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul experimenta neste ano uma dinâmica climática dentro da normalidade para a estação. A ausência da influência direta do resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial tem permitido um início de outono com características mais típicas, marcado pela gradual diminuição das temperaturas e pela transição para um período menos chuvoso, mas sem a secura extrema observada em anos anteriores sob a atuação da La Niña.
Nesta semana, a previsão para o estado aponta para uma estabilidade climática relativa, com dias de sol intercalados por passagens de nebulosidade. As temperaturas diurnas tendem a apresentar um declínio gradual, especialmente nas regiões sul e sudoeste, onde as mínimas já começam a flertar com os 18°C e as máximas raramente ultrapassam os 30°C. Em Campo Grande, a sensação térmica tem se tornado mais amena, com madrugadas e fins de tarde mais frescos, um alívio bem-vindo após o calor intenso do verão.
A precipitação, embora em menor volume e frequência em comparação com os meses de verão, ainda pode ocorrer de forma isolada, principalmente sob a forma de pancadas rápidas e irregulares, resultado da umidade residual e da passagem de sistemas atmosféricos de baixa intensidade. A ausência da La Niña, que tende a suprimir a formação de chuvas na região durante esta época, contribui para um cenário hidrológico menos preocupante neste início de outono. Os níveis dos rios, que em anos de La Niña costumam apresentar quedas acentuadas, mantêm-se dentro de patamares considerados normais para o período.
Para os setores agrícola e pecuário, a normalidade climática traz um cenário mais favorável. A transição para um período mais seco ocorre de forma gradual, permitindo o manejo adequado das lavouras de segunda safra e o preparo do solo para as culturas de inverno, sem o estresse hídrico severo que a La Niña poderia impor. A pecuária também se beneficia de pastagens com umidade mais equilibrada neste início de outono.
No entanto, especialistas em clima alertam para a necessidade de monitoramento contínuo das condições atmosféricas. Embora a La Niña não esteja atuando diretamente, outros fatores climáticos podem influenciar o padrão de chuvas e temperaturas ao longo do outono e inverno. A previsão é de que, com o avançar da estação, a frequência e a intensidade das chuvas diminuam ainda mais, marcando a entrada no período mais seco do ano em Mato Grosso do Sul.
Em suma, o outono de 2025 em Mato Grosso do Sul se inicia sob uma condição de normalidade climática, sem a influência direta da La Niña. Isso se traduz em temperaturas mais amenas e uma transição para um período menos chuvoso de forma mais gradual, proporcionando um cenário mais equilibrado para diversos setores e para a população em geral, mas sem descartar a necessidade de atenção às futuras variações do clima.