A indignação e o desespero marcaram o relato de Janaína de Moraes Gomes, 31 anos, mãe de um menino de 11 anos que esperou cerca de 7 horas por atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, em Campo Grande, na última quarta-feira (9), sem receber assistência médica. A família denuncia que, mesmo com sintomas graves como febre alta, dor de cabeça intensa e convulsões, a criança foi mandada de volta para casa.
Segundo as informações da família, o pai do menino o levou à UPA do Universitário diante do quadro preocupante de saúde. No entanto, após uma longa espera e presenciar o filho no chão da unidade aguardando atendimento, o pai buscou auxílio da Assistência Social. A mãe, Janaína, relatou ao TopMídiaNews que a única orientação recebida foi que, devido à superlotação da UPA, seria melhor levar o menino à USF (Unidade de Saúde da Família) mais próxima da residência, local que, segundo ela, não realiza atendimento de emergência.
Diante da falta de alternativas e em um momento de grande angústia, Janaína acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Foi pelo telefone, com as instruções que eles me passaram, que consegui controlar a situação do meu filho”, contou a mãe, evidenciando a falha no atendimento inicial da UPA.
No dia seguinte, quinta-feira (10), a situação persistiu. Janaína informou que o pai retornou com o filho à mesma UPA por volta das 13h, mas novamente não obteve atendimento até as 16h30. A experiência traumática fez com que o menino expressasse o receio de voltar à unidade. “Ele disse que não queria deitar no chão gelado de novo sem ser atendido. Isso parte o coração de uma mãe”, lamentou Janaína, expondo a negligência no cuidado com a saúde de seu filho.
Sem conseguir assistência médica adequada na UPA, a mãe passou a medicar o filho com dipirona e controlar seus sintomas em casa. Contudo, ela cobra explicações das autoridades de saúde sobre a conduta da unidade. “O que está acontecendo com a saúde pública? Como uma assistente social não consegue resolver uma situação como essa? Vão esperar a criança piorar para tomar uma atitude?”, questionou Janaína, demonstrando a sua preocupação com a saúde do filho e a falha no sistema de atendimento de urgência. O Estado Diário reserva espaço para posicionamento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).