Um escândalo de assédio sexual em Campo Grande ganhou novas proporções nos últimos dias. Um fotógrafo conhecido na cidade foi indiciado após diversas mulheres denunciarem comportamentos inapropriados durante sessões de fotos em seu estúdio.
Em um desdobramento surpreendente do caso, a Justiça de Campo Grande determinou a censura de uma reportagem do jornal Midiamax que detalhava o caso. A decisão judicial, baseada em um pedido do advogado do fotógrafo, alegando possível identificação, impediu a divulgação de informações importantes sobre o caso.
O jornal, por sua vez, argumenta que preservou a identidade da vítima e ofereceu o direito de resposta ao acusado. A decisão judicial, no entanto, foi considerada um atentado à liberdade de imprensa e um obstáculo à busca pela verdade.
Além da vítima que motivou a primeira denúncia, outras três mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para relatar casos semelhantes de assédio sofridos pelo mesmo fotógrafo. Os relatos, embora ocorridos em diferentes períodos, apresentam padrões de comportamento semelhantes, como pedidos para posar de forma sensual e toques inapropriados.
Uma das vítimas, uma empresária, relatou ter se sentido paralisada e desconfortável durante a sessão de fotos, quando o fotógrafo insistiu em poses provocantes e a tocou de forma inadequada. “Criei muitas coisas na minha cabeça. Cheguei a achar que estava imaginando coisas”, disse a vítima.
Além das denúncias de assédio sexual, o fotógrafo também responde por ameaça e injúria, no âmbito da violência doméstica, contra sua ex-companheira. A vítima relatou à polícia um histórico de agressões verbais e controle durante o relacionamento.
Os casos de assédio sexual denunciados contra o fotógrafo expõem um problema grave e alarmante. A decisão judicial de censurar a reportagem levanta questões importantes sobre a liberdade de imprensa e o direito das vítimas de terem suas histórias ouvidas e divulgadas.
É fundamental que a justiça seja feita e que os responsáveis por esses crimes sejam punidos. Além disso, é preciso que a sociedade como um todo se mobilize para combater o assédio sexual e garantir a segurança das mulheres.