A tarde desta quinta-feira (14) na UPA Universitário, em Campo Grande, foi marcada por cenas de desespero e indignação. Um paciente, que chegou à unidade por volta das 15h50 com uma fratura na cabeça e sangrando abundantemente, teve que esperar mais de seis horas para receber atendimento médico. A demora e a suposta omissão de uma profissional de saúde chocaram os demais pacientes presentes.
Segundo relatos de testemunhas, a atendente da unidade demonstrou mais preocupação em preencher a ficha de atendimento do que em prestar socorro imediato ao paciente ferido. “A moça queria fazer a ficha e não queria atender o cara que estava quase morrendo”, relatou indignado um dos pacientes que aguardava atendimento. Diante da situação, outro paciente, que também aguardava atendimento, decidiu agir por conta própria e levou o homem ferido correndo pelos corredores da unidade em busca de um médico.
A demora no atendimento do paciente com a fratura na cabeça não foi um caso isolado. Outros pacientes relataram ter esperado horas para serem atendidos, mesmo com queixas de dores e outros sintomas. A superlotação da unidade e a falta de profissionais de saúde foram apontadas como as principais causas da demora.
A Versão da SESAU
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) informou que está investigando o caso e que todos os pacientes são classificados de acordo com a gravidade do quadro clínico. A secretaria reitera que em situações de urgência e emergência, o atendimento é priorizado.
“A SESAU lamenta profundamente o ocorrido e reitera seu compromisso com a qualidade do atendimento à população. A secretaria está tomando todas as medidas necessárias para apurar os fatos e identificar as responsabilidades. Uma sindicância interna já foi instaurada para investigar a conduta da profissional de saúde envolvida no caso”, diz a nota.
Análise e Impacto
O caso da UPA Universitário expõe falhas graves no sistema de saúde pública de Campo Grande e gera questionamentos sobre a qualidade do atendimento oferecido à população. A demora no atendimento de casos graves, a falta de humanização por parte dos profissionais de saúde e a superlotação das unidades são problemas que precisam ser urgentemente resolvidos.
A repercussão do caso pode gerar uma maior pressão sobre as autoridades para que invistam mais em saúde e melhorem as condições de trabalho dos profissionais da área. Além disso, a população pode se mobilizar para exigir um atendimento de qualidade e cobrar dos gestores públicos soluções para os problemas enfrentados na rede pública de saúde.
Leia nota da SESAU na íntegra enviada a redação do Estado Diário
A Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) informa que está tomando todas as medidas necessárias para apurar o ocorrido na UPA Universitário.
A SESAU reitera que todos os pacientes são classificados de acordo com os protocolos estabelecidos pela rede de urgência e emergência, sendo divididos nas categorias verde, amarelo e vermelho, conforme a gravidade do quadro clínico. É importante destacar que, em situações de urgência e emergência, o atendimento é priorizado com base na avaliação da gravidade da condição de cada paciente, em conformidade com os protocolos de saúde pública e com a Política Nacional de Atenção às Urgências.
A Secretaria reafirma seu compromisso com a qualidade no atendimento à população.