Prefeituras de Bodoquena e Costa Rica são citadas em investigação da PF sobre venda de sentenças no TJMS

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Duas prefeituras de Mato Grosso do Sul foram citadas na Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal, que investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). As prefeituras de Bodoquena e Costa Rica teriam contratado advogados que realizaram transações financeiras com desembargadores investigados na operação.

É importante ressaltar que nenhum dos municípios foi alvo de mandados de busca e apreensão e, a princípio, não são alvos da investigação. A menção às prefeituras no relatório da PF serve para demonstrar a ligação entre os magistrados e os advogados envolvidos no esquema.

Caso Bodoquena:

Em Bodoquena, o relatório cita o ex-prefeito Jun Iti Hada, que teria negociado a compra de uma sentença favorável em um processo de revisão criminal. Mensagens trocadas entre Hada e seu advogado indicam que o ex-prefeito teria perguntado se era possível parcelar o pagamento da suposta “compra” da decisão judicial.

O processo em questão se refere a uma condenação do ex-prefeito, que é médico, por crimes de falsa perícia. Hada teve sucesso na revisão criminal e foi absolvido pelo TJMS, mas posteriormente acabou condenado em outro processo.

Em contato com a reportagem, o ex-prefeito negou ter comprado qualquer decisão judicial e afirmou que foi condenado no caso em questão.

Caso Costa Rica:

Já em Costa Rica, a investigação aponta que um escritório de advocacia, que tem contrato com a prefeitura, realizou transações financeiras com um desembargador que julgou processos relacionados ao município. O desembargador em questão seria pai da advogada dona do escritório.

A Polícia Federal suspeita que o desembargador tenha favorecido a prefeitura em decisões judiciais em troca de pagamentos feitos ao escritório de sua filha.

Operação Ultima Ratio:

A Operação Ultima Ratio investiga um esquema de corrupção que envolve a venda de sentenças judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. Diversos desembargadores, advogados e servidores do TJMS são alvos da investigação.

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