O ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), apoiador da candidatura de Rose Modesto à prefeitura de Campo Grande, MS, volta ao centro de investigações relacionadas ao suposto desvio de R$ 32 milhões no sistema Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde).
Sem julgamento e após nove anos, o juiz federal devolveu as duas ações de improbidade pelos desvios no Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde), que cobram R$ 32 milhões do senador Nelsinho Trad (PSD) e do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) à Justiça Estadual. O Ministério Público Federal protocolou a denúncia em 2015, mas somente em março deste ano houve o envio das duas denúncias ao juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
Os dois processos tramitaram em sigilo na 4ª Vara Federal de Campo Grande, presidida pelo juiz Pedro Pereira dos Santos. Conforme a denúncia, houve desvio de R$ 8,166 milhões repassados pelo Ministério da Saúde e mais R$ 1,816 milhão investidos pelo município no sistema, que nunca saiu do papel nem entrou em funcionamento.
Mandetta, que já foi secretário municipal de Saúde de Campo Grande, é um dos envolvidos em duas ações de improbidade administrativa que cobram ressarcimento aos cofres públicos devido a fraudes na licitação e execução do Gisa. O caso, que começou a ser investigado em 2015, foi transferido recentemente da Justiça Federal para a Justiça Estadual, e segue sem julgamento. De acordo com a Polícia Federal, o sistema custou quase R$ 10 milhões e apenas 28,72% dos serviços contratados foram executados.
Rose Modesto, que também já ocupou cargos importantes no cenário político sul-mato-grossense, ainda não se pronunciou publicamente sobre o apoio de Mandetta em meio às novas movimentações jurídicas.
O valor das ações corrigidos pela inflação seria de R$ 50,3 milhões. Em despacho publicado no início deste mês, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa pediu para que o Ministério Público Estadual se manifestasse sobre a existência de conexão entre as duas ações de improbidade e ação civil pública de ressarcimento protocolada pelo município de Campo Grande, na gestão de Alcides Bernal (PP), cobrando R$ 16,6 milhões.
Rose Modesto vem prometendo uma gestão pública municipal revitalizada e eficiente. No entanto, um dos seus principais aliados, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, responde por ações de improbidade administrativa relacionadas ao desvio de recursos no projeto Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde). As investigações apontam fraudes em licitações e execução parcial dos contratos, somando um prejuízo de R$ 32 milhões aos cofres públicos.
Essa aliança coloca em xeque a narrativa de renovação que Rose Modesto tenta construir. Apesar de suas promessas de revitalizar a gestão pública, a presença de um aliado envolvido em escândalos financeiros gera dúvidas sobre o comprometimento com a ética e a transparência.