Hospital Municipal sonho ou pesadelo? licitação bilionária em Campo Grande levanta questionamentos em meio a inquéritos e denúncias

0

Em um movimento que tem gerado controvérsia e desconfiança no cenário político de Campo Grande, a Health Brasil Inteligência em Saúde, única habilitada na licitação para a construção e gestão do Hospital Municipal, está sob a mira do Ministério Público Estadual. A empresa, que pode faturar R$ 1,2 bilhão em 20 anos com o contrato, enfrenta inquéritos em quatro cidades de Mato Grosso do Sul e é ré por desvio de milhões em contratos anteriores.

A situação se agrava com a proximidade das eleições municipais. A prefeita Adriane Lopes (PP), que busca a reeleição, optou por não divulgar o nome da empresa vencedora da licitação, alimentando especulações e críticas sobre a transparência do processo. A falta de concorrência na disputa, com a desclassificação da única concorrente, e a ausência de qualquer desconto oferecido pela Health Brasil, também levantam suspeitas sobre possíveis irregularidades.

A empresa já é ré em ações por improbidade administrativa e desvio de recursos em contratos com o SAMU e a Secretaria Estadual de Saúde. A mais recente denúncia, protocolada em setembro, envolve um contrato de R$ 36,9 milhões e acusa a Health Brasil de pagar propina para garantir a licitação.

A sombra de irregularidades se estende a outros municípios, com inquéritos em andamento em Sidrolândia, Coxim e Naviraí. A Polícia Federal também investiga a empresa na Operação Máquinas de Lama, que apura desvios em contratos com a antiga denominação da Health Brasil.

Enquanto isso, a mídia local, em sua maioria, mantém um silêncio estratégico sobre a licitação bilionária e seus possíveis desdobramentos. A falta de transparência e a proximidade das eleições criam um clima de desconfiança e alimentam teorias sobre favorecimento e interesses políticos obscuros.

A situação da Health Brasil e a forma como a licitação do Hospital Municipal está sendo conduzida lançam uma sombra sobre a gestão da prefeita Adriane Lopes e levantam sérias questões sobre a lisura do processo e a utilização dos recursos públicos. A população de Campo Grande merece respostas e ações concretas para garantir que o interesse público seja preservado e que a construção do tão aguardado hospital não se transforme em mais um escândalo de corrupção.

.