O vazamento de esgoto em frente ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), na Avenida José Nogueira Vieira, no Bairro Tiradentes, não é apenas um incômodo para os moradores da região—é um símbolo do abandono e da negligência com que as autoridades têm tratado a saúde pública em Campo Grande. Há quatro dias, o esgoto jorra livremente, misturando-se à água e criando uma cena de degradação que reflete o descaso do poder público.
Um morador da área, indignado com a situação, relatou a gravidade do problema, mas, como muitos outros cidadãos, preferiu permanecer anônimo, temendo retaliações. “Está vazando de tudo, água e esgoto”, desabafou ele, expondo a indignação que cresce a cada dia entre aqueles que precisam conviver com o mau cheiro e a insalubridade em frente a uma unidade de saúde que deveria ser um símbolo de cuidado e proteção às nossas crianças.
O local do vazamento, ironicamente, é próximo a um ponto de ônibus, onde pais e crianças aguardam transporte enquanto são obrigados a suportar o odor nauseante do esgoto a céu aberto. Essa é a realidade que muitos enfrentam diariamente—um contraste gritante com as promessas de melhoria na infraestrutura e na qualidade de vida que ouvimos constantemente em períodos eleitorais.
A concessionária Águas Guariroba informou que enviará uma equipe ao local para verificar a situação e resolver o problema. No entanto, a resposta tardia apenas evidencia a lentidão e a ineficácia de um sistema que deveria estar preparado para agir prontamente diante de situações que comprometem a saúde e a dignidade da população.
O que está em jogo aqui não é apenas a resolução de um problema técnico, mas a responsabilidade das autoridades em zelar pela saúde pública e pela qualidade de vida dos cidadãos. Este episódio é mais uma prova de que, enquanto discursos políticos prometem um futuro melhor, a realidade continua a ser ignorada. As crianças, que deveriam estar recebendo atendimento em um ambiente seguro e limpo, são expostas a riscos que poderiam ser evitados com uma gestão mais eficiente e comprometida.
É hora de exigir mais do que palavras—é preciso ação imediata para que situações como essa não se repitam. A saúde pública não pode continuar a ser tratada com tamanho desprezo.