As autoridades globais estão em alerta com a nova ameaça do mpox. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no início desta semana, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), devido ao risco de disseminação global da doença, que tem causado especial preocupação no continente africano. No Mato Grosso do Sul, sete casos foram confirmados e estão sendo monitorados. Diante desse cenário, a questão que surge é: estamos à beira de uma nova pandemia?
O principal motivo de preocupação é a nova variante do vírus (Clado 1b), que apresenta maior mortalidade, é mais facilmente transmissível, e está se espalhando pela África Central, afetando principalmente crianças. A transmissão ocorre por diversas vias, não se limitando à sexual. No entanto, especialistas e o Ministério da Saúde asseguram que o Brasil não enfrenta um risco iminente.
Apesar do cenário relativamente controlado no Brasil, com sinal de estabilidade, o Ministério da Saúde adotou medidas preventivas, instalando o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Mpox) na última quinta-feira (15). A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou a necessidade de manter vigilância sem causar pânico, enquanto a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a sensibilidade da vigilância para o mpox no Brasil e a atualização contínua do plano de contingência.
Dados da OMS, de janeiro de 2022 a junho de 2024, apontam 99.176 casos confirmados e 208 mortes, com a doença presente em 116 países, incluindo o Brasil. No Brasil, foram notificados 709 casos em 2024, sem nenhuma morte, contrastando com o pico de mais de 10 mil casos em 2022. Em Mato Grosso do Sul, dos sete casos confirmados, seis estão em Campo Grande, e quatro ainda estão sob investigação em outras cidades, sem ligação com a variante mais letal.
A nova variante 1b, que preocupa pela alta mortalidade em crianças pequenas, contrasta com a variante 2b, responsável pela epidemia global de 2022, que teve uma taxa de letalidade inferior a 1%.