A mãe de uma menina autista de dois anos, que preferiu não se identificar, fez graves denúncias sobre a falta de assistência adequada na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) de Campo Grande. Segundo ela, sua filha, que não tem sensibilidade à dor, sofreu frequentes ferimentos sem que os professores percebessem, levantando sérias questões sobre a preparação das escolas públicas para atender crianças com necessidades especiais.
Falta de Sensibilidade e Riscos Ocultos
A mãe relata que a falta de sensibilidade sensorial da filha, uma condição comum em pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dificulta a identificação de ferimentos. “Ela se queimou no ferro de passar roupa em casa e não chorou, foi assim que fechamos o diagnóstico”, explica. “Na escola, a justificativa deles é sempre a mesma: nós não vimos, ela caiu, ela não chora. Não é o primeiro episódio dela se machucar na escola. “Minha reclamação é que com uma auxiliar me sentirei mais tranquila em relação a segurança da minha filha, desabafa.
Desde março deste ano, a mãe vem registrando reclamações sobre os acidentes frequentes que a filha tem sofrido na EMEI. O caso mais recente ocorreu na sexta-feira (28), resultando em um hematoma nas nádegas da criança. Outros ferimentos, incluindo hematomas roxos e um ferimento grave no queixo, reforçam a preocupação da mãe com a segurança e o bem-estar da filha.
“A sala da minha filha tem outros dois bebês especiais, um com síndrome de Down e outra menina autista. Ou seja, a demanda é grande. Se falta um professor titular, enviam um substituto, mas se falta um auxiliar, não podem substituir. Não estou tendo apoio da Semed (Secretaria Municipal de Educação)”, denuncia.
Em resposta às denúncias, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que houve apenas um incidente de queda, sem apresentar qualquer escoriação ou hematoma. “A criança não manifestou dor no momento do incidente, o que dificultou a identificação imediata de possíveis lesões”, diz a nota oficial.
Este caso destaca a precariedade da assistência oferecida às crianças com necessidades especiais nas escolas públicas de Campo Grande e lança luz sobre uma questão mais ampla: a responsabilidade do poder público em garantir a inclusão e a segurança de todos os estudantes. A falta de apoio adequado da Secretaria Municipal de Educação, conforme relatado pela mãe, expõe uma falha crítica no sistema educacional e a necessidade urgente de políticas mais eficazes e recursos apropriados para atender essa demanda.
Em tempos de campanhas eleitorais, a questão da educação inclusiva deve ser uma prioridade. A situação enfrentada pela família dessa menina autista é um reflexo das deficiências estruturais e administrativas que precisam ser abordadas com urgência. Os eleitores devem estar atentos a esses problemas e cobrar dos candidatos compromissos reais com a melhoria das condições nas escolas públicas, especialmente no que diz respeito à inclusão de crianças com necessidades especiais.