A capital já registra 132 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) este ano, com seis dessas mortes ocorrendo apenas na última semana.

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A situação da saúde pública em Campo Grande está se deteriorando rapidamente, evidenciada pelo crescente número de doenças respiratórias e mortes associadas. A capital já registra 132 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) este ano, com seis dessas mortes ocorrendo apenas na última semana.

Dados alarmantes da Secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau) mostram que a média de casos e mortes continua alta. Na última semana, as doenças respiratórias resultaram na morte de cinco idosos e um jovem entre 10 e 19 anos. Na semana anterior, duas crianças com menos de um ano, duas pessoas entre 40 e 49 anos e cinco idosos perderam a vida devido a complicações respiratórias. Em 2024, até agora, foram contabilizadas 85 mortes entre idosos, 7 entre crianças até 9 anos e 40 entre pessoas de 10 a 59 anos. Embora os números sejam levemente inferiores aos do ano passado, a crise permanece severa.

Até a 23ª semana do ano, foram registrados 1.728 casos de doenças respiratórias, um número um pouco menor que os 1.801 do mesmo período em 2023. No entanto, as 132 mortes deste ano, embora 50 a menos que as 182 registradas até junho do ano passado, ainda refletem uma grave crise de saúde pública.

A prefeitura de Campo Grande declarou estado de emergência em saúde no final de abril devido ao aumento das síndromes respiratórias entre crianças e adultos. Na ocasião, prometeu a população abertura de 10 novos leitos na Santa Casa, mas, passado um mês, nenhum novo leito foi efetivamente disponibilizado. Além disso, o Governo Federal não reconheceu a situação de emergência em saúde descrita pela prefeitura, o que é crucial para a liberação de recursos emergenciais para ações específicas, como compras e contratações de pessoal.

O vereador Victor Rocha, médico e ex-secretário-adjunto de Campo Grande, critica a gestão municipal pela falta de preparo e de ações efetivas. “No outono é comum esse aumento sazonal, mas esse decreto não reconhecido mostra despreparo do município. Além disso, em um mês a gente não viu nenhuma ação efetiva diante da alta de casos”, afirma.

A falta de reconhecimento da União impede o acesso a recursos vitais, comprometendo ainda mais a capacidade de resposta da cidade. A saúde pública em Campo Grande está em uma situação crítica, com a população sofrendo as consequências da falta de medidas efetivas e recursos adequados.

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