A Polícia Militar que fez o primeiro atendimento no local do crime classificou a ocorrência como homicídio decorrente de intervenção policial, já a Polícia Civil, que tem a competência de investigar, classificou como morte a esclarecer. De acordo com o registro da Polícia Civil, Dinho foi encontrado sem vida ao lado de seu veículo Fiat Toro, de cor preta, atingido por três disparos, na região lateral direita do corpo, próximo ao quadril. Junto a ele, foi localizada uma pistola 9mm. A cerca de 50 metros do local, estava o veículo Toyota Etios, ocupado pelo sargento e pelo cabo, que afirmaram ter agido em legítima defesa ao efetuarem os disparos.
Mas de acordo com informações, os dados que constam em ambos os boletins de ocorrência Policia Militar e Policia Civil, são contraditórios. A morte do ex-vereador Wander da Silva Vital, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, morto a tiros pela Polícia Militar (PM), na BR-262, no dia 8 deste mês, levantam dúvidas sobre a alegação de ‘confronto’. Dinho teria sido atingido por dois disparos nas costas.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local, por volta das 17 horas, encontrou a vítima, dois veículos e dois homens, de 32 e 37 anos, sendo os policiais militares. A PM já estava presente, e se encarregou de conduzir o caso à Polícia Civil, por ter sido a primeira a chegar ao local.
Os dois PMs acusados de serem os autores dos disparos já não se encontravam no local quando a perícia da Polícia Civil chegou, haviam sido levados para o 7º Batalhão da Polícia Militar. Nem os objetos nem os veículos foram apresentados à delegacia. Portanto, a ocorrência foi encaminhada à Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). De acordo com o registro da PRF, uma ambulância do Corpo de Bombeiros também estava presente. A equipe da PRF permaneceu no local para orientar o tráfego durante os trabalhos periciais.
De acordo com o registro feito pelos policias militares, os PMs foram chamados ao local após serem informados sobre uma pessoa armada na BR-262. Conforme o B.O, o sargento e o cabo afirmaram que estavam na chácara do Gaúcho, onde ocorria um almoço em comemoração ao aniversário da cidade, e que horas antes Dinho se envolveu em uma briga com o ex-prefeito Douglas Figueiredo. Dinho estava exaltado e foi contido por amigos e familiares. Posteriormente, deixou o local dizendo que voltaria armado mais tarde para resolver suas diferenças com Douglas. Por volta das 16 horas, ele passou em frente à chácara, onde algumas pessoas informaram ao sargento e ao cabo que Dinho estava armado, esperando a saída de Douglas. Neste momento, os dois policiais se dirigiram até onde Dinho estava, com o veículo estacionado na rodovia. Ao se aproximarem de Dinho, que já estava fora do veículo com a arma em punho, pediram que ele largasse a arma, mas ele não o fez e, com a arma em punho, avançou em direção aos policiais. Diante disso, eles revidaram, efetuando disparos contra Dinho. Em seguida, ferido, ele tentou correr para seu carro, mas caiu no chão, onde veio a falecer.
De acordo com as informações recebidas, Dinho foi atingido por dois tiros nas costas. Porém há relatos também de vários disparos efetuados contra ele.
Segundo a Corregedoria da PMMS: “Todos os procedimentos legais foram seguidos, as providências de Polícia Judiciária Militar foram tomadas, a perícia técnica do Estado foi acionada para recolher todos os indícios e vestígios, e a ação será investigada por meio de um Inquérito Policial Militar. O caso foi encaminhado à Corregedoria da PMMS e as testemunhas serão ouvidas o mais breve possível”.