Na manhã desta terça-feira (20), a Polícia Federal realizou uma operação em Ponta Porã, cidade localizada no sul do Estado de Mato Grosso do Sul, a 315 quilômetros de Campo Grande e na fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Durante a ação, o pecuarista Antônio Joaquim da Mota, mais conhecido como “Tonho”, foi detido sob acusações de liderar uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas.
A prisão de Mota ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão emitido por crimes relacionados à posse e tráfico de armas de fogo, tráfico de drogas e participação em organização criminosa. O pecuarista estava sendo procurado desde dezembro de 2023.
A operação recebeu o apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que disponibilizou um helicóptero para o transporte aéreo do traficante de Ponta Porã para o presídio da Polícia Federal em Campo Grande.
A organização liderada por Mota é descrita como possuindo estrutura paramilitar para facilitar o tráfico de drogas internacionalmente. Ele é pai de Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom” e “Motinha”, que está foragido desde junho do ano passado, quando fugiu de helicóptero ao tomar conhecimento da operação Magnus Dominus, realizada pela Polícia Federal e autoridades paraguaias.
A Operação Dominus teve como objetivo desarticular uma organização criminosa paramilitar envolvida no tráfico internacional de drogas, com atuação em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Foram expedidos mandados de busca e apreensão e de prisão contra indivíduos brasileiros, italianos, romenos e gregos em vários estados do Brasil.
A ação mobilizou mais de 100 policiais federais, resultando na prisão de diversos suspeitos e na apreensão de equipamentos como coletes balísticos, drones, óculos de visão noturna, granadas e armamento pesado, incluindo fuzis .556, 762 e .50.
Segundo a Polícia Federal, alguns membros da organização possuem experiência em segurança militar privada, inclusive em situações de conflito, e já atuaram como seguranças privados de embarcações contra piratas na Somália.
A organização criminosa, conhecida como “clã Mota”, já esteve envolvida em atividades de contrabando de eletrônicos, cigarros e tráfico internacional de drogas, chegando a ter negócios com o traficante conhecido como Minotauro, atualmente detido.