Um relatório elaborado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) revelou novos detalhes sobre o caso envolvendo a morte de Sophia Ocampo, uma criança de apenas 2 anos, ocorrida em janeiro de 2023, em Campo Grande. Com base nas informações extraídas do celular do padrasto da menina, o Ministério Público Estadual refez a cronologia dos eventos que levaram à tragédia, confrontando as versões anteriores fornecidas pelo padrasto.
De acordo com o relatório, no dia anterior à morte de Sophia, o padrasto expressou irritação devido à lentidão da internet, o que o impossibilitou de jogar online. Nesse mesmo dia, ele relatou que a criança estava agitada e “endemoniada”, não obedecendo às suas ordens de deitar-se. Para fazê-la cooperar, o padrasto utilizou métodos violentos, como asfixiar o rosto da menina contra o colchão.
As conversas extraídas do celular revelaram ainda que o padrasto ensinou à mãe de Sophia, Stephanie de Jesus da Silva, uma técnica semelhante, que ele denominou de “quebra-costela”, para acalmar a criança.
Imagens encontradas no celular mostram Sophia debilitada em um dos cômodos da casa, enquanto tanto ela quanto a mãe e o padrasto foram alertados sobre os sintomas que a menina apresentava. Apesar disso, o casal optou por não buscar ajuda médica e realizou uma festa com consumo de drogas e álcool durante a madrugada seguinte à tragédia.
O juiz Aluísio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, agendou o julgamento do casal Stephanie de Jesus e Christian Campoçano para o ano de 2024. Ambos enfrentarão acusações de homicídio perante um júri popular. Além disso, foram indiciados por tortura em uma nova denúncia apresentada pelo promotor Marcos Alex Vera, que descreveu a conduta do padrasto como submetendo a criança a intensos sofrimentos físicos.
A denúncia de tortura surgiu após um incidente em que a menina teve a perna quebrada por chutes, presenciado pelo filho do padrasto, que testemunhou os acontecimentos em depoimento.