Denúncias internas revelam sérias falhas nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Campo Grande, após inspeção que destacou desde vazamento de monóxido de carbono até sinais sonoros e luminosos inoperantes em uma única viatura. De acordo com matéria publicado no jornal Correio do Estado, o Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem (Sinte/PMCG), liderado pelo presidente Angelo Macedo, fiscalizou a ambulância na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino na última sexta-feira (02).
O advogado Márcio Almeida, que acompanhou a fiscalização, explicou que apenas uma viatura foi inspecionada durante o período para não atrapalhar o serviço dos socorristas. Entre as constatações, a viatura fiscalizada apresentava o banco dos socorristas solto, colocando em risco os profissionais durante o transporte, além da total ausência de sinais luminosos e sonoros essenciais para alertar outros motoristas e garantir um socorro seguro.
O presidente do Sinte/PMCG, Angelo Macedo, afirmou que o sindicato vai verificar in loco as denúncias, visitando todas as bases com ambulâncias para confirmar a veracidade dos relatos. Ele enfatizou a preocupação com a retirada de direitos dos servidores e a falta de resposta do Executivo Municipal diante dessas questões.
A notificação ao chefe da frota e à Secretaria de Saúde está prevista, e embora não haja determinação legal, o prazo de 30 dias pela lei federal do processo administrativo é considerado. O advogado Márcio Almeida ressaltou que, caso a situação persista em outras viaturas, o prazo poderá ser encurtado, pois a ausência de sinais luminosos e sonoros pode causar diversas situações adversas.
Em caso de falta de resposta por parte da Prefeitura de Campo Grande, o Sindicato não descarta a possibilidade de entrar com uma ação judicial para interromper o tráfego de ambulâncias em condições precárias. Além disso, a opção de apresentar denúncia à Promotoria da Saúde Pública do Ministério Público Estadual está sendo considerada.
Entre as irregularidades destacadas, uma situação alarmante envolve um vazamento de monóxido de carbono em uma das ambulâncias, evidenciando a falta de vedação adequada no assoalho, onde ficam as macas. A solução improvisada encontrada foi o uso de fitas de esparadrapo para cobrir o buraco, expondo tanto socorridos quanto socorristas ao perigo do gás letal.
Vale ressaltar que o monóxido de carbono foi identificado como a causa da intoxicação que resultou na morte de quatro jovens em Santa Catarina no início deste ano. Os esforços do Sindicato visam garantir a segurança tanto dos profissionais do SAMU quanto da população atendida.