Acordo firmado com TCE obriga Adriane Lopes a encerrar prática de “Folhas Secretas” na Prefeitura que provocou impacto negativo estimado em quase meio bilhão de reais entre 2022 e 2023.

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Durante o exercício financeiro de 2022, a Prefeitura de Campo Grande enfrentou questionamentos sérios relacionados a sua gestão de folhas de pagamento. Dentre as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), destaca-se a diferença de R$ 386,1 milhões entre a despesa orçamentária executada e a efetivamente paga, revelando possíveis folhas salariais paralelas.

A investigação do TCE também abordou a existência de uma folha suplementar, detalhando valores e nomes de servidores beneficiados com jetons e outros acréscimos salariais. Um grupo seleto de assessores foi identificado recebendo em mais de uma folha salarial, sendo estas últimas não registradas no Portal da Transparência e denominadas como “folhas secretas”.

Em resposta às constatações do TCE, a prefeita Adriane Lopes manifestou interesse em sanar as inconsistências. O Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) foi assinado, comprometendo-se a corrigir dados e informações nas folhas de pagamento, bem como abordar as seguintes irregularidades:

  1. Transformação de cargos efetivos por ato infralegal
  2. Elevado volume de contratação temporária de pessoal
  3. Contratação temporária de professores
  4. Aumento substancial de remuneração de determinados servidores pelo pagamento de jeton
  5. Ausência de isonomia na remuneração dos professores substituto e convocados
  6. Portal da Transparência não cumpre requisitos legais
  7. Falta de remessas obrigatórias dos dados e documentos de Atos de Pessoal ao TCE
  8. Divergência na prestação de contas das folhas de pagamentos enviadas ao TCE

Apesar do acordo com o TCE, a prefeita Adriane Lopes e o ex-prefeito Marquinhos Trad não escaparam de denúncias no Ministério Público Estadual (MPE). Os vereadores Luíza Ribeiro (PT) e Professor André (REDE) formalizaram acusações por improbidade administrativa e crime de peculato, baseando-se nas irregularidades detectadas pelo TCE.

Os gestores são acusados de falta de transparência em documentos exigidos por lei, além do pagamento indevido e contínuo de verbas salariais desde 2021, causando um impacto financeiro significativo nos cofres públicos, estimado em quase meio bilhão de reais entre 2022 e 2023.

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