Os empresários Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho foram identificados como líderes da organização criminosa desmantelada em uma operação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Estima-se que a fraude, que envolve licitações e desvio de verbas, tenha causado um prejuízo de R$ 68 milhões aos cofres estaduais.
Os irmãos foram presos nesta quarta-feira (29), após despacho do juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande. Além deles, outras pessoas foram detidas, incluindo o secretário-adjunto de Educação Édio Antônio Resende de Castro, a servidora Simone Ramires de Oliveira Castro, o assessor legislativo Thiago Haruo Mishima, o dirigente da Apae (Associação De Pais E Amigos Dos Excepcionais) Paulo Henrique Muleta e Victor Leite de Andrade, primo dos irmãos.
A investigação revelou um esquema complexo de corrupção, incluindo o pagamento de propinas a servidores envolvidos. Mensagens de WhatsApp apontam que a servidora Simone monitorava propostas lançadas em licitações, repassando informações para Lucas Coutinho, resultando em benefício para a empresa Isomed Diagnósticos Eireli-ME.
Em uma das mensagens, Lucas pede ajuda financeira para Simone, destacando a importância de ser cauteloso ao lidar com ela. A investigação, denominada Operação Parasita, teve acesso a mensagens que indicam a combinação para o pagamento de propinas em dinheiro vivo.
A situação envolveu também o ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, que foi alvo de busca e apreensão e intimado para depor. O Governo de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota oficial afirmando que todos os servidores investigados serão imediatamente afastados de suas funções para garantir total transparência sobre contratos e procedimentos adotados pela gestão pública.
A operação revelou um esquema de fraudes em licitações estaduais e municipais, onde os irmãos Coutinho cooptaram servidores para obter vantagens indevidas. O rombo milionário aos cofres públicos levanta questões sérias sobre a integridade do sistema de contratações públicas no estado. O desdobramento da investigação continuará a esclarecer os detalhes desse esquema corrupto.