Uma edição extra do Diário Oficial da prefeitura de Campo Grande revelou que as principais empresas envolvidas no escândalo da operação Cascalhos de Areia receberam pouco mais de R$1,44 milhão referente a serviços prestados somente em outubro. Até mesmo a empresa do “milionário do queijo”, Adir Paulino Fernandes, de 65 anos, está na lista.
A operação do Ministério Público identificou supostas irregularidades em contratos que ultrapassavam R$300 milhões para aluguel de máquinas e manutenção de ruas sem asfalto em Campo Grande, sendo deflagrada em 15 de junho.
Entre as principais empresas investigadas, a de André Luiz dos Santos recebeu R$425 mil em outubro, enquanto a Engenex, de Edcarlos Jesus Silva, obteve R$695 mil em três liberações para serviços prestados no mesmo mês. Edcarlos, genro de Adir Paulino, teve ainda R$257,2 mil liberados pela MS Brasil Comércio e Serviços, empresa que, em teoria, também lhe pertence.
A quarta empresa, JR Comércio e Serviços, recebeu pouco mais de R$69 mil pela locação de máquinas. Adir Paulino é apontado como proprietário da JR Comércio e Serviços, sendo sogro de Edcarlos.
As investigações da operação Cascalhos de Areia continuam, mas as empresas envolvidas, a princípio, permanecem legalmente aptas a prestar serviços ao poder público. O caso surgiu a partir de denúncias de fraude em licitações, indicando que as empresas pertenceriam a um grupo político e estariam recebendo pagamentos sem efetivamente realizar os serviços de manutenção das ruas sem asfalto na periferia de Campo Grande.