A notícia de que uma servidora, próxima à prefeita Adriane Lopes, teria recebido vantagens ilegais, entre as quais o recebimento de R$ 88.000,00 em novembro de 2022 foi a “levantada lebre” que faltava para que novas denúncias e investigações viessem à tona durante esta semana na arena da política campo-grandense.
Nesta sexta-feira (27/10), o vereador Professor André (REDE) e a vereadora Luíza Ribeiro (PT) entram com denúncia formal de improbidade administrativa junto ao Ministério Público Estadual contra a prefeita Adriane Lopes (PP) e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Diversas denúncias de irregularidades pipocaram na imprensa e chegaram aos gabinetes dos parlamentares. Também o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) resolveu, por unanimidade, abrir investigação para apurar as irregularidades administrativas sobre a suposta existência de uma “folha secreta” para beneficiar pessoas próximas ao gabinete da prefeita.
A equipe técnica do TCE apurou uma diferença de R$ 386.186.294,18 entre a despesa apurada nas folhas de pagamentos enviadas ao Tribunal e a executada no orçamento. A “folha secreta” consiste em pagamentos de verbas salariais sem previsão legal, em valores bem acima do que seria razoável para comissionados do entorno dos gestores. O Tribunal de Contas, em investigações que ocorrem desde o ano passado já concluiu pela ilegalidade desses pagamentos
A denúncia dos vereadores ao MPE pretende protocolar representação requerendo a instauração imediata de inquérito civil público com o objetivo de apurar a conduta de improbidade administrativa da prefeita Adriane Lopes e do ex-prefeito Marcos Trad em relação a reiterados atos ilegais que têm sido denominados ‘folha secreta’”, disse Luiza Ribeiro em entrevista ao site VOX MS.
A prefeita Adriane Lopes é acusada de improbidade administrativa pela falta de transparência dada a documentos com informações sobre as verbas salariais de servidores que a lei exige que sejam publicados no Diário Oficial e no Portal da Transparência. O pagamento indevido desses salários, gratificações e jetons, initerruptamente desde 2021, é outra das bases da denúncia.
O pedido do vereador Professor André e da vereadora Luíza Ribeiro requer ainda a interrupção imediata dos pagamentos irregulares para a devida proteção dos recursos públicos do município de Campo Grande.