O caso do médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, encontrado estrangulado em Dourados, ganha novos contornos com informações de que ele teria ameaçado revelar o esquema de estelionato em que estava envolvido após uma dívida de R$ 500 mil não ser paga. O crime chocou a comunidade e agora se desenha como um intricado enredo de intrigas e traições.
Segundo o delegado Erasmo Cubas, que investiga o caso, Gabriel Rossi estava diretamente vinculado a uma quadrilha de estelionato, desempenhando o papel de emprestar dados falsos para a realização dos crimes. Sua relação com a líder da quadrilha, Bruna Nathalia de Paiva, teria se intensificado após ele ter realizado favores para ela. Em troca, Bruna teria prometido pagar R$ 500 mil ao médico, valor que nunca foi entregue.
O impasse financeiro teria levado Gabriel Rossi a ameaçar expor todo o esquema à polícia, o que teria sido o gatilho para sua morte. Bruna Nathalia, temendo a exposição do esquema criminoso, teria decidido eliminá-lo. A complexa rede de crimes envolvia saques fraudulentos na Caixa Econômica Federal, utilizando documentos falsificados, muitos dos quais pertenciam a pessoas falecidas.
O delegado Erasmo Cubas também destacou que após o assassinato do médico, a quadrilha chegou a criar contas em nome de Gabriel Rossi para continuar aplicando golpes de estelionato. A estratégia incluía o uso de cartões clonados e demonstra a sofisticação das ações criminosas.
A relação entre Gabriel Rossi e Bruna Nathalia teria sido estabelecida quando o médico ainda era estudante de medicina. Através de redes sociais e eventos sociais, Bruna teria cooptado o médico para participar das atividades da quadrilha.
O assassinato de Gabriel Rossi ocorreu no dia 26 de julho, mas seu corpo só foi encontrado dois dias depois, após uma vizinha alertar a polícia de um forte odor vindo da residência. O delegado informou que o médico agonizou por cerca de 48 horas antes de falecer.
Três homens foram contratados para executar o assassinato de Gabriel Rossi, cada um recebendo a quantia de R$ 50 mil pelo crime. Todos os envolvidos tiveram a prisão preventiva decretada e a polícia continua a desvendar os detalhes desse complexo caso que chocou a comunidade de Dourados.