Nos últimos dias, a população tem ficado alarmada com a ocorrência de casos e mortes por febre maculosa. Três pessoas contraíram a doença e faleceram após participarem de uma festa no interior de São Paulo. No entanto, dados do Ministério da Saúde apontam que historicamente a doença apresenta uma maior incidência na região Sudeste do país.
De acordo com as informações do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2022, foram confirmados apenas sete casos de febre maculosa em Mato Grosso do Sul. O último caso confirmado no estado ocorreu em 2018, há cinco anos.
Comparativamente, enquanto a região Centro-Oeste registrou somente 35 casos confirmados nos últimos 15 anos, a região Sudeste contabilizou 119 casos confirmados apenas em 2022. Os números também são emocionantes na região Sul, com 46 casos confirmados somente no ano passado.
Quanto às mortes decorrentes da febre maculosa, a situação é semelhante. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, nos últimos 15 anos, apenas duas mortes foram registradas nos estados da região Centro-Oeste, ambas no Mato Grosso. Por outro lado, a região Sudeste apresentou 59 óbitos em 2022, com maior incidência em São Paulo.
A febre maculosa é uma doença infecciosa grave causada pela bactéria do gênero Rickettsia. No Brasil, a principal forma de transmissão é por meio dos carrapatos, considerados vetores da doença. Vale ressaltar que a febre maculosa não é contagiosa entre humanos, sendo transmitida somente a partir do animal.
O Ministério da Saúde destaca que duas espécies da bactéria Rickettsia estão associadas aos casos de febre maculosa no Brasil. A Rickettsia rickettsii é responsável pela Febre Maculosa Brasileira (FMB), doença considerada grave e registrada principalmente no norte do Paraná e nos estados da região Sudeste.
A Rickettsia parkeri, por sua vez, tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará, produzindo quadros clínicos menos graves. Essa diferença na incidência da doença entre as regiões pode ser explicada pela presença dessas diferentes espécies de bactérias.
Os principais sintomas da febre maculosa incluem febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, além de gangrena nos dedos e orelhas. Em casos graves, pode ocorrer paralisia dos membros que se inicia nas pernas e se estende até os pulmões, levando à parada respiratória.
O diagnóstico da febre maculosa não é simples, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças. É necessário realizar exames laboratoriais mais complexos para um diagnóstico preciso. No entanto, o resultado desses exames pode levar semanas. Portanto, diante da suspeita da doença, é fundamental que o médico inicie o tratamento com antibióticos de forma imediata, pois quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de evitar complicações e morte do paciente.
É importante estar atento aos sintomas da febre maculosa, especialmente se houver histórico de contato com carrapatos ou de viagens para áreas de maior incidência da doença. A prevenção inclui medidas como o uso de repelentes, roupas padronizadas para proteção e segurança, cuidadosa do corpo em busca de carrapatos após atividades ao ar livre. Em caso de suspeita da doença, é fundamental buscar atendimento médico rapidamente.