Foi deflagrado nesta quarta-feira (24), pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) a Operação Last Chat, com 55 mandados cumpridos em Campo grande, Ponta Porã e Fortaleza. A Last Chat é desdobramento da Operação Courrier.
O objetivo da Operação Last Chat é desarticular uma organização criminosa complexa envolvida no tráfico de drogas em cinco estados, que opera de dentro dos presídios, com uma sofisticada rede de distribuição e conta com aproximadamente 40 membros identificados, incluindo policiais militares, servidor público municipal e três advogados.
Além do tráfico de drogas, o grupo também se envolve no comércio ilegal de armas de grande calibre, como fuzis, submetralhadoras, granadas, munições e outros equipamentos bélicos de uso restrito. Para ocultar os lucros ilícitos, a organização utiliza diversos métodos de lavagem de dinheiro, incluindo empresas fictícias, contas bancárias de terceiros e aquisição de veículos de luxo em nome de terceiros, como Porsche e caminhões.
Para gerenciar a organização criminosa, os líderes utilizavam ilegalmente celulares e realizavam reuniões privadas com advogados, que ajudavam a transmitir ordens criminosas aos membros do grupo.
As investigações se iniciaram com a análise de um celular apreendido com uma advogada durante a Operação Courrier. Mesmo tendo sido beneficiada com prisão domiciliar após sua detenção, mensagens trocadas com o líder revelaram sua participação em crimes como obstrução de investigações, lavagem de dinheiro e corrupção.
As ações policiais resultaram na apreensão de mais de 4 toneladas de maconha, 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil e pistolas, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 9 milhões ao crime organizado, segundo levantamento do Gaeco.